Há uns “Otários” a promover concertos no Porto
A Cooperativa dos Otários é um grupo que quer recuperar, no Porto, concertos memoráveis, fruto da colaboração espontânea entre um grupo de amantes da vida nocturna
“Se não houver lucros, não há problema, até já estamos habituados. Chamem-nos Otários, porque nós podemos chamar-nos Otários, mas na realidade achamos que são muito mais otários os muitos que ficam em casa em lugar de irem ver bons concertos”. É desta forma que, na página de Facebook, a Cooperativa dos Otários se define, um grupo de 12 pessoas que, no Porto, junta esforços para tornar possíveis concertos que dificilmente chegariam à cidade, quer pelos custos envolvidos, quer pelo arrojo e diferença que os seus projectos costumam apresentar.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Se não houver lucros, não há problema, até já estamos habituados. Chamem-nos Otários, porque nós podemos chamar-nos Otários, mas na realidade achamos que são muito mais otários os muitos que ficam em casa em lugar de irem ver bons concertos”. É desta forma que, na página de Facebook, a Cooperativa dos Otários se define, um grupo de 12 pessoas que, no Porto, junta esforços para tornar possíveis concertos que dificilmente chegariam à cidade, quer pelos custos envolvidos, quer pelo arrojo e diferença que os seus projectos costumam apresentar.
“Juntando espírito altruísta e uma dedicação ímpar, este grupo de gente que se encontrou nas lides nocturnas, devorando concertos atrás de concertos, volta a reunir-se, a unir esforços e a contar trocos para trazer de volta bandas de estilo variado e valor inquestionável”, pode ainda ler-se na mesma página, que agora é revitalizada, com o regresso dos “Ótários” à actividade, depois de em 2011 terem iniciado o projecto, entretanto parado.
Contactado pelo JPN, Pedro Cadima, um dos elementos, explica a filosofia do grupo: "Tentamos controlar os gastos mas, por um concerto que realmente faz sentido existir e também ver, não nos importamos de ter um gasto acrescido”. Mas quem são, na verdade, estes melómanos? “É gente que se conhece de concertos, que foi entrando no espírito, através de muita música vivida nos tempos áureos do Porto-Rio, malta de bares, de lojas de música, de bandas”, explica Cadima.
Os membros do grupo pagam do seu bolso o "cachet" das bandas, estadia, alimentação e publicidade, tudo isto sem objectivos económicos ou qualquer tipo de lucro. “O grupo está sempre aberto a quem mais quiser participar, fazemos reuniões para aprovar outros concertos e conseguimos, no passado, trazer bandas como Fuzztones, Soziedad Alkoholika, Karma to Burn, Morlocks, Staggers, Sham 69, ou Branj Bjork, envolvendo orçamentos de 500 a 2500 euros”.
Os concertos vão-se realizar no espaço Cave 45, estando já agendada a vinda dos brasileiros Dead Rocks, em meados de Maio.