Administração do BPI tem de se pronunciar sobre OPA do CaixaBank até 5 de Março
Gestão liderada por Fernando Ulrich recebeu nesta quarta-feira o prospecto da OPA do banco catalão.
A empresária angolana, que tem 19% do BPI via Santoro (é a segunda maior accionista), faz-se representar através de Mário Silva. Conforme já escreveu o PÚBLICO, a OPA causou tensão junto de Isabel dos Santos. A ausência de uma resposta por parte da Santoro é entendida como um sinal de desconforto face à intenção do CaixaBank de controlar efectivamente a instituição portuguesa, quebrando o equilíbrio de forças que tem prevalecido desde a fundação do banco liderado por Fernando Ulrich.
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A empresária angolana, que tem 19% do BPI via Santoro (é a segunda maior accionista), faz-se representar através de Mário Silva. Conforme já escreveu o PÚBLICO, a OPA causou tensão junto de Isabel dos Santos. A ausência de uma resposta por parte da Santoro é entendida como um sinal de desconforto face à intenção do CaixaBank de controlar efectivamente a instituição portuguesa, quebrando o equilíbrio de forças que tem prevalecido desde a fundação do banco liderado por Fernando Ulrich.
O relatório que vai ser elaborado pelo conselho de administração será um primeiro sinal de como é que a OPA é entendida, nomeadamente em relação ao preço, estabelecido no mínimo possível apesar de os catalães pretenderem o controlo. A instituição financeira espanhola está a oferecer 1,329 euros por cada acção, o que representa um prémio de 27% face ao valor de fecho na véspera da OPA, lançada a 17 de Fevereiro. Para que a operação tenha sucesso, o CaixaBank quer acabar com a blindagem que inibe o exercício de mais de 20% em direitos de voto e ficar com, pelo menos, 50,01% do capital.
Além dos catalães e de Isabel dos Santos, o BPI conta como accionistas de referência o grupo Allianz (8,4%), a HFV (agora com 2,5%), a Arsopi (de Armando Leite de Pinho, com 2,1%) e a Auto-Sueco (com 1,5%). A HFV reforçou a sua posição na semana passada. Entre terça e sexta-feira, a Violas Ferreira Financial, detida por Edgar Ferreira e pela sua mulher, Otília Violas — filha de Manuel Violas e irmã de Manuel Soares de Oliveira Violas, este ligado à Solverde Casinos e hotéis e da Unicer, onde está associado ao BPI —, aplicou um total de 10,78 milhões de euros, subindo a posição no BPI de 1,95% para 2,5%. As compras tiveram início logo na terça-feira, dia 17, quando foi anunciada a OPA do Caixabank com o intuito de dominar o BPI.
O maior investimento foi feito logo no dia da OPA, através da aplicação de 5,4 milhões, numa altura em que as acções estavam a 1,311 euros. Depois, entre quarta e sexta-feira, as novas aquisições foram sempre feitas abaixo do valor avançado pelo CaixaBank: 1,32, 1,321 e 1,319 euros, respectivamente (contra os 1,329 euros da OPA).
A família Violas foi um dos accionistas fundadores, através de Manuel Violas. Entretanto, os seus descendentes acabaram por dividir os negócios, ficando Edgar Ferreira e Otília Violas com a posição no BPI. No ano passado, a Violas Ferreira Financial, que está englobada na HVF SGPS, tinha deixado de deter uma participação qualificada, passando a ficar com menos de 2% ao não acompanhar um aumento de capital do banco.