Futebol suspenso na Grécia por tempo indeterminado

Governo grego propõe, entre outras medidas para acabar com a violência nos estádios, a erradicação das claques.

Foto
As claques são um problema de violência no futebol grego KOSTAS TSIRONIS/Reuters

O governante afirmou que vão ser suspensos os encontros de todos os campeonatos profissionais e semiprofissionais da primeira, segunda e terceira divisões, na sequência dos graves incidentes ocorridos no derby de Atenas, entre Panathinaikos e Olympiacos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O governante afirmou que vão ser suspensos os encontros de todos os campeonatos profissionais e semiprofissionais da primeira, segunda e terceira divisões, na sequência dos graves incidentes ocorridos no derby de Atenas, entre Panathinaikos e Olympiacos.

As primeiras medidas propostas por Kondonís passam pela adopção de bilhetes eletrónicos, para identificar os compradores e quem os utiliza nos estádios, a erradicação das claques dos clubes e a instalação de câmaras de videovigilância nos recintos.

O responsável pela tutela do Desporto anunciou esta decisão após uma reunião com o presidente adjunto da Federação Grega de Futebol (EPO), Evángelos Topoliatis, e com os responsáveis pelos campeonatos da primeira e segunda divisões, Yorgos Borovilos e Spyros Kaloyanis, para, além de anunciar a suspensão, acertar o prazo necessário para a aplicação destas medidas.

Antes, Kondonís tinha recebido o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, que corroborou da resolução do ministro e deu "luz verde" para a paralisação das competições. De acordo com a comunicação social local, os dois governantes deverão reunir novamente durante a tarde de hoje.

Apesar de o período de suspensão das competições ser por tempo indeterminado, os órgãos informativos gregos dão conta que esta poderá prolongar-se por duas ou três semanas.

Desde que assumiu o cargo governativo, Kondonís tinha anunciado como uma das suas prioridades a luta contra a violência no futebol.

A suspensão das competições ocorre poucos dias depois dos graves incidentes ocorridos no Estádio Apostolos Nikolaidis, "casa" do Panathinaikos, antes do derby com o rival Olympiacos, treinado pelo português Vítor Pereira.

No domingo, antes desse embate da 25.ª jornada da Liga grega, a ida do técnico bicampeão ao comando do FC Porto até uma das balizas, à frente da bancada das claques do Panathinaikos, obrigou à fuga de Vítor Pereira, devido a uma invasão de campo dos adeptos.

Antes do início do derby, que o Olympiacos perdeu por 2-1, Vítor Pereira aproximou-se de uma das balizas, situação que acabou por desencadear a ira dos adeptos da equipa da casa, que de imediato lançaram fumos e tochas para a zona onde estava o técnico.

A situação ainda ficou mais tensa quando a claque forçou a entrada no relvado, ainda antes do início do jogo, levando a que a comitiva do Olympiacos e os jogadores que faziam o aquecimento tenham corrido para o túnel de acesso ao relvado.

Na terça-feira, a reunião do comité directivo da Liga grega foi interrompida devido a um confronto entre o presidente do Olympiacos e do Panathinaikos.

Além de Vítor Pereira, há 19 jogadores portugueses em clubes gregos, entre os quais se destacam Zeca, no Panathinaikos, Ricardo Costa e Míguel Vítor, no PAOK.