Nova descarga “violenta” de efluentes suinícolas na ribeira dos Milagres
Só em Fevereiro, é a terceira vez que a Comissão de Ambiente e Defesa da ribeira denuncia uma descarga ilegal.
"Trata-se de uma descarga violenta", afirmou à agência Lusa o porta-voz da comissão, Rui Crespo, salientando que "todas as descargas são más, mas esta está acima do mau".
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"Trata-se de uma descarga violenta", afirmou à agência Lusa o porta-voz da comissão, Rui Crespo, salientando que "todas as descargas são más, mas esta está acima do mau".
Rui Crespo esclareceu que "a tonalidade da água, a espuma abundante e o cheiro característico" não deixam dúvidas quanto à origem da descarga para o afluente do rio Lis, que desagua na Praia da Vieira, concelho da Marinha Grande.
"A esta altura [10h], a descarga ainda ocorre", disse, referindo que este mês "esta é a terceira denúncia" da comissão às autoridades policiais. Rui Crespo lamentou ainda que continue a "tardar uma solução para este problema, que se tornou habitual". "Como sempre, as soluções tardam, assim como informação sobre o processo", declarou o porta-voz da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres.
Fonte do Comando Territorial de Leiria da GNR adiantou que esta força policial tomou conta da situação.
As descargas para a ribeira dos Milagres ocorrem há várias décadas, prevendo-se que o problema seja resolvido com a construção da estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES). A 28 de Junho de 2013, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, presidiu à assinatura de um protocolo que previa construir a ETES em dois anos, obra no valor de 20 milhões de euros.
O protocolo envolve o ministério, a SIMLIS, empresa responsável pelo Sistema Multimunicipal de Saneamento do Lis, as autarquias da Batalha, Porto de Mós e Leiria, bem como as entidades promotoras - Recilis (empresa de tratamento e valorização de efluentes suinícolas), Be Water e a Luságua - responsáveis pela construção, instalação e exploração da ETES.
A ETES do Lis, projectada para Amor, concelho de Leiria, vai tratar cerca de 900 metros cúbicos de efluente diário que, a acrescer aos 280 m3 já instalados na ETAR Norte (estação de tratamento de águas residuais em Coimbrão, Leiria), irá perfazer uma capacidade total de 1.180 m3 por dia.
No final do ano passado, foi anunciado um financiamento de 45% por parte do Proder - Programa de Desenvolvimento Rural para o investimento, cujo concurso público deverá ser lançado em breve.