Estudo revela que 12,3% dos idosos portugueses podem ser alvo de violência
Inquérito da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) confirma que a violência contra os idosos parte, muitas vezes, dos familiares ou amigos.
"São dados alarmantes e que confirmaram os alertas que a APAV tem vindo a fazer há vários anos", disse Maria de Oliveira, técnica da APAV , que explicou que este estudo foi feito através de chamadas telefónicas, a 1123 pessoas. Estes dados têm preocupado a associação que, para reforçar a informação dada às pessoas, apresentou esta segunda-feira uma campanha sobre os direitos das vítimas de crime. Esta ideia lança uma aplicação para telemóveis, androids e iphones de forma a esclarecer da melhor forma possível todas as vítimas de violência.
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"São dados alarmantes e que confirmaram os alertas que a APAV tem vindo a fazer há vários anos", disse Maria de Oliveira, técnica da APAV , que explicou que este estudo foi feito através de chamadas telefónicas, a 1123 pessoas. Estes dados têm preocupado a associação que, para reforçar a informação dada às pessoas, apresentou esta segunda-feira uma campanha sobre os direitos das vítimas de crime. Esta ideia lança uma aplicação para telemóveis, androids e iphones de forma a esclarecer da melhor forma possível todas as vítimas de violência.
Envolvendo a APAV, GNR, Instituto de Medicina Legal, Instituto de Segurança Social e o Instituto Ricardo Jorge, os resultados do estudo demonstraram que são vários os factores associados a este tipo de situações. A idade, a incapacidade funcional e a reduzida escolaridade foram os mais destacados. Depois dos 76 anos, a possibilidade de o idoso sofrer algum tipo de violência cresce 10% a cada ano e a limitação para actividades diárias pode potenciar actos violentos.
De acordo com a técnica, chegou-se à conclusão que existe uma maior prevalência da violência financeira e psicológica, seguida da física. Menos relatada neste inquérito foram a negligência e a violência sexual.
Uma outra vertente da investigação incidiu sobre as vítimas assistidas pelos serviços das instituições. Concluiu-se que, das 510 pessoas assinaladas, a maioria mulheres (76,2%), tinham idades compreendidas entre os 60 e os 69 anos, eram casadas, com escolaridade reduzida e baixos rendimentos. Neste grupo, o tipo de violência mais relatada foi a física, seguida da psicológica e da financeira.
A conferência sobre Violência Doméstica reuniu especialistas das áreas da Psicologia e do Direito e Carlos Rodrigues, membro da coordenação científica do encontro, considerou que na sociedade actual "as pessoas imprimem ritmos demasiado acelerados às suas vidas, em lógicas muitas vezes individualistas" e advertiu para "os riscos de uma competitividade excessiva potenciadora dessa violência".
Segundo dados da APAV, entre 2000 e 2013, houve "um aumento de 149%" de processos de apoio a pessoas idosas vítimas de crime, o que "dá uma média de 15 por semana ou de 2,1 por dia".