Grécia adia entrega de lista de reformas para terça-feira
Prazo inicialmente estabelecido acaba à meia-noite desta segunda-feira. Mas após um dia de discussão com a Comissão Europeia, o Governo grego já anunciou que entrega do documento acontecerá na manhã desta terça-feira.
Durante esta segunda-feira foram várias as informações a circular sobre o documento onde deverão constar as reformas estruturais e outras medidas com impacto orçamental que Atenas pretende aplicar durante os próximos quatro meses. As mais insistentes davam conta de uma preparação cuidadosa por parte do Governo grego, para evitar uma possível rejeição por parte dos parceiros do Eurogrupo, e da existência de negociações preliminares com os responsáveis da Comissão Europeia.
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Durante esta segunda-feira foram várias as informações a circular sobre o documento onde deverão constar as reformas estruturais e outras medidas com impacto orçamental que Atenas pretende aplicar durante os próximos quatro meses. As mais insistentes davam conta de uma preparação cuidadosa por parte do Governo grego, para evitar uma possível rejeição por parte dos parceiros do Eurogrupo, e da existência de negociações preliminares com os responsáveis da Comissão Europeia.
Vários meios de comunicação social internacionais indicavam mesmo que uma primeira lista já teria sido transmitida à Comissão Europeia pelo Ministério das Finanças grego. Mina Andreeva, uma porta-voz do executivo comunitário, explicou que muitos documentos circularam entre Atenas e Bruxelas ao longo do dia: "Estamos em contacto com as autoridades gregas e com as instituições, portanto penso que é normal que muitos documentos circulem, mas a transmissão oficial de uma lista como mencionado no Eurogrupo deve acontecer até ao final do dia de hoje [segunda-feira)]", clarificou, numa altura em que ainda não tinha sido anunciado o adiamento da entrega.
Cabe às instituições que compôem a troika fazer uma primeira análise à lista grega, que visará verificar se as reformas propostas vão no sentido definido para concluir o seu actual programa de resgate e se as alterações presentes não colocam em causa as metas estabelecidas ou se são compensadas com outras medidas.
Uma fonte da Comissão Europeia também adiantou que, de qualquer maneira, as instituições só poderiam concluir a sua avaliação na terça-feira, já que a Comissão terá de coordenar a sua análise com a das outras instituições – Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Atenas espera poder poupar a população grega a mais sacrifícios dolorosos, como cortes nos salários ou nas pensões, focando as reformas na luta contra a corrupção e a evasão fiscal. De acordo com informações disponibilizadas por meios de comunicação social gregos no final da tarde desta segunda-feira, o documento terá cerca de seis páginas, doze áreas de reformas e medidas de combate à crise social na Grécia. Os detalhes das propostas serão deixados para posteriores avaliações a serem feitas pelos credores.
Tanto o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, como o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, sabem que a margem de erro do Governo grego é mínima. Como fez notar Varoufakis na sexta-feira, uma rejeição das suas propostas esta semana pelas instituições significaria que o acordo obtido no Eurogrupo para estender os empréstimos à Grécia estaria "morto e enterrado", deixando assim o país à beira da bancarrota.
Por esse motivo, o texto está a ser trabalhado até aos últimos detalhes para minimizar os riscos de um "não" na terça-feira, que pode também vir dos parceiros da zona euro, já que os ministros das Finanças deverão em seguida dar um parecer favorável à extensão dos empréstimos à Grécia, o que deverá acontecer através de uma teleconferência, declarou o porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Martin Jäger: "As instituições vão olhar para a lista primeiro, como acordado na sexta-feira, e vão dar a sua opinião, e sobre essa base haverá uma discussão entre ministros do Eurogrupo, que nos planos actuais deve tomar a forma de uma teleconferência."
Só então é que podem começar os procedimentos perante os parlamentos nacionais em vários países, como a Alemanha, os Países Baixos ou a Finlândia. Tudo tem de estar concluído até sexta-feira, data em que expira o actual programa, razão pela qual o calendário é tão apertado.
As negociações entre o Governo de Alexis Tsipras e as instituições continuarão até finais de Abril, para garantir o sucesso da última avaliação e o desembolso da última tranche do empréstimo à Grécia, que ronda os 4000 milhões de euros.