Jornada ciclónica na Austrália

Hurricanes, Stormers e Chiefs repartem a liderança do Super Rugby com dois jogos e duas vitórias

A segunda jornada do Super Rugby 2015 arrancou na sexta-feira com um duelo entre os Chiefs e os Brumbies e a expectativa em torno da partida era alta após a exibição dos australianos frente aos Reds, mas também para aferir da verdadeira condição dos homens de Hamilton, depois de uma vitória sofrida frente aos Bulls. Nos 21 encontros anteriores, a equipa de Canberra contava com 13 vitórias contra sete dos neozelandeses, tendo-se registado ainda um empate.

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A segunda jornada do Super Rugby 2015 arrancou na sexta-feira com um duelo entre os Chiefs e os Brumbies e a expectativa em torno da partida era alta após a exibição dos australianos frente aos Reds, mas também para aferir da verdadeira condição dos homens de Hamilton, depois de uma vitória sofrida frente aos Bulls. Nos 21 encontros anteriores, a equipa de Canberra contava com 13 vitórias contra sete dos neozelandeses, tendo-se registado ainda um empate.

As saídas de última hora de Sonny Bill William e Sam Cane, do XV dos Chiefs, exigiram mudanças: entraram Tamanivalu e Koloamatangi, Charlie Ngatai deslocou-se para primeiro centro. O ponta dos Chiefs, Bryce Heem, criou a primeira verdadeira oportunidade do jogo, ganhando a linha de vantagem e, com um offload, ofereceu a Ngataio o ensaio.

A formação dos Brumbies não teve a exuberância das suas linhas atrasadas, como no jogo frente aos Reds (a excepção foi o trabalho desenvolvido pelo ponta esquerdo Joe Tomane), e evidenciou-se com uma boa avançada (primeira linha Scott Sio, Josh Mann-Rea e Ben Alexander em excelente forma), bons mauls e a mostrar muita resiliência nos break-downs, arrancando penalidades.

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Vaea, que substituiu o lesionado Pocock (primeira aparição nos Brumbies desde 2012 e como n.º 8 desde 2011), foi o solitário homem de ensaio depois de mais um bom trabalho do pack avançado da formação de Canberra. O jogo só desbloqueou com uma penalidade no último minuto, convertida por Aaron Cruden, que garantiu a vitória por 19-17 para os Chiefs no Yarrow Stadium.

Os Waratahs garantiram a primeira vitória da época ao baterem, com ponto de bónus, os Rebels de Melbourne (28-38) e entram assim na semana de folga mais descansados. Num jogo muito físico, com oito ensaios (quatro para cada lado) e 76 pontos, ficou confirmado que o brilharete dos Rebels em casa dos Crusaders, na primeira jornada, não foi fruto do acaso, com a equipa da casa a mostrar muita qualidade frente aos campeões em título.

Ainda com uma exibição com erros e desconcentrações, os "Tahs" viram-se em vantagem logo ao quarto minuto, com uma penalidade de Foley. No entanto, a vantagem não duraria muito, pois sete minutos depois os Rebels com mais bola e mais posse arrancaram um ensaio através de Higginbotham. Ao minuto 20, numa vantagem de penalidade, Beale faz um chip que o próprio recolheu, deixando em offload para Hoiles (n.º 8 que substituiu Wycliff Palu) marcar ensaio. Os Rebels, no entanto, mantiveram uma defesa fechada e exercendo maior pressão no final da primeira parte, fizeram um toque de meta por Lopeti Timani (novamente a jogar a “5”) a partir da base de um ruck.

Com 16-14 ao intervalo, Michael Cheika deve ter “aquecido” as orelhas dos homens de Sydney, pois estes entraram na segunda parte determinados e Ashley-Cooper com um bom trabalho, ofereceu a bola ao ponta Naiyaravoro, que assim colocou os “Tahs” na frente do marcador. A partida, porém, estava aberta e os Rebels ganharam novo alento com o ensaio do formação Luke Burgess, de 21 anos (substitui Stirzaker).

Todavia, a paciência e assertividade táctica dos Waratahs fez a diferença com uma finalização do ponta direito Naiyaravoro. Um ensaio dos Rebels, através de Naivalu, ainda relançou o jogo, mas Beale acabou com as dúvidas com um último toque de meta.

Os Bulls de Pretória receberam e perderam frente aos Hurricanes, por 13-17. Tratou-se da primeira vitória dos “Canes” em Pretória desde 2008 enquanto os Bulls já não era derrotados nas duas jornadas de abertura desde o mesmo ano. Num encontro pouco interessante, Pollard fez o ensaio dos sul-africanos, Savea dos neozelandeses.

No embate neozelandês mais aguardado, os Highlanders receberam os Crusaders, que agastados com uma entrada em prova menos feliz, redimiram-se em Dunedin ao impor um resultado de 20-26. A vantagem até começou para os homens de Christchurch, com uma penalidade do “10” Colin Slade, mas numa simulação de passe e mergulho do formação dos Highlanders, Aaron Smith, as hostes caseiras ganharam vantagem.

Dois ensaios seguidos dos Crusaders, através de Barrett e McNicholl, colocaram ao intervalo o resultado num confortável 7-20 para os visitantes. A meio dos últimos 40 minutos, Fekitoa rompeu a defesa dos Crusaders e relançou os Highlanders no jogo, só que Colin Slade e a sua pontaria nas penalidades garantiu a vitória aos Chiefs (20-26).

Os Reds emergiram vitoriosos frente à Force (18-6) depois de uma semana de pesadelo: Karmichael Hunt fora afastado para presença em tribunal por alegado tráfico de cocaína; na primeira jornada encaixaram uma pesada derrota por 44 pontos frente aos Brumbies (cometeram 17 penalidades); a tempestade tropical Márcia ameaçou a realização do jogo em Brisbane.

Mesmo antes do jogo, James O´Connor falhou os testes físicos (problemas num joelho) e os Reds viram-se obrigados a recorrer à terceira hipótese para “10”: Nick Frisby (O’Connor já estava em substituição de Paia’aua que sofrera uma concussão). Com chuva e lama à mistura e uns Reds ainda com o peso de terem 14 baixas no plantel, o defesa Turner com um ensaio, uma conversão e duas penalidades fez a diferença para a equipa da casa, que apesar de tudo demonstrou mais intensidade. De louvar quase 15 mil pessoas que foram assistir ao jogo sob uma intempérie.

Os Stormers receberam os Blues (27-16), numa partida com muitas faltas e paragens. Ao minuto 24, Hayden Triggs, o segunda-linha dos Blues, agrediu a soco um adversário, deixando a equipa visitante com 14 unidades durante cerca de uma hora. Apesar disso, os Stormers sentiram dificuldades, marcando apenas dois ensaios por Groom e Leyds, contra um de Jimmy Cowan.

No último duelo da ronda, os Sharks de Durban receberam e venceram (29-12) no Kins Park os Lions, de Joanesburgo, num jogo igualmente afectado pela intensa chuva que caiu no estádio. O pack avançado dos Sharks, comandado por Bismarck du Plessis, esteve muito competente a exercer pressão nas mêlées e alinhamentos, obrigando os visitantes a perderem um pouco o sentido de disciplina.

Os pontos dos Lions surgiram através da conversão de quatro penalidades, por Marnitz Boshoff, enquanto os ensaios dos Sharks foram marcados por Ndungane (depois de um belo trabalho de Pat Lambie) e Reinach (depois de uma iniciativa de Bothma e com um dummy).