Centros de emprego registam mais 17 mil inscrições em Janeiro
IEFP dá conta de 615.654 desempregados no final de Janeiro Mais do que em Dezembro, mas menos do que em 2014. Colocações continuam a aumentar.
Na comparação com 2014, as inscrições diminuíram 12,7%, ou seja, menos 89.673 pessoas e todos números apontam para uma melhoria. Porém, as evoluções mensais deixam algumas interrogações sobre a forma como o mercado de emprego está a fazer o seu percurso em Portugal.
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Na comparação com 2014, as inscrições diminuíram 12,7%, ou seja, menos 89.673 pessoas e todos números apontam para uma melhoria. Porém, as evoluções mensais deixam algumas interrogações sobre a forma como o mercado de emprego está a fazer o seu percurso em Portugal.
Na comparação com Dezembro o aumento de 2,9% no total de inscritos ocorreu sobretudo devido ao crescimento do desemprego nas mulheres (3%), nos jovens (5,5%) e nas pessoas que concluíram o ensino superior (4,4%).
Os dados foram publicados na sexta-feira à noite e mostram que o aumento mensal dos desempregados em stock está relacionado com um maior número de novas inscrições registadas. Ao longo do mês de Janeiro, 68.881 pessoas inscreveram-se nos centros do IEFP, mais 12.233 do que em Dezembro, interrompendo-se a tendência de descida que se verificava desde Outubro.
O principal motivo de inscrição continua a ser o fim de trabalho não permanente, representando 39,4% do total, seguindo-se o despedimento e os que referem ser ex-estudantes.
Em comparação com o mês homólogo, registou-se uma redução de 7,2% nas novas inscrições, mantendo-se a tendência de descida iniciada em Março de 2014.
A informação mensal do mercado de emprego traz boas notícias ao nível das ofertas registadas nos centros do IEFP e ao nível das colocações, tanto em relação a Dezembro, como ao mês homólogo.
As ofertas de emprego recebidas totalizaram 15.839, número superior a Janeiro de 2014 (10,3%) e ao mês anterior (49,2%). As ofertas destinam-se a postos de trabalho nas actividades imobiliárias e administrativas, no comércio, no alojamento, restauração e similares e nas actividades na administração pública nas áreas da saúde, educação e apoio social.
Duante o mês de Janeiro, foram colocados 10.703 desempregados, um aumento de 13,7% em relação ao mesmo mês de 2014 e de 52,3% quando comparado com Dezembro. As colocações tiveram uma maior concentração nos trabalhadores não qualificados, dos serviços pessoais, de segurança e de vendas, e nos trabalhadores qualificados da indústria e construção.
Menos ocupados do que em Dezembro
Em Janeiro, o número de ocupados – pessoas que deixam de ser consideradas desempregadas porque estão a frequentar programas de emprego ou de formação – chegou ao 144.445, um aumento de 7,7% face ao ano passado e uma redução de 6,1% em comparação com Dezembro.
A variação deste indicador tem sido apontada como uma forma de influenciar positivamente a evolução do mercado de emprego em Portugal. Embora estas pessoas estejam ocupadas, a sua situação laboral não é estável. O FMI e a Comissão Europeia já tinham alertado para esta situação, assim como o próprio Banco de Portugal (BdP).
Num estudo publicado com o Boletim de Inverno, o BdP concluía que o dinamismo do mercado de trabalho em 2014 estava a ser fortemente influenciado pelos estágios profissionais e pelas alterações na metodologia usada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no Inquérito ao Emprego.
De acordo com as suas contas, o emprego por conta de outrem não terá crescido no terceiro trimestre os 6% estimados pelo INE, mas apenas 2,5%, sendo que, deste valor, 0,9 pontos se devem a estágios profissionais financiados pelo Estado.
O IEFP dá conta, nos dados agora publicados, de uma redução homóloga dos casais em que ambos os cônjuges estão desempregados. No final de Janeiro, havia 12.401 casais nesta situação, menos 6,4% do que em Janeiro de 2014. Mas na evolução mensal, o número foi 3,6% superior ao registado no mês anterior, uma tendência que também já se tinha verificado em Dezembro.