Ministra das Finanças rejeita discutir “outras condições” com a Grécia

Programa de ajuda grego deve ser prolongado, diz Maria Luís Albuquerque a um jornal alemão.

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Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças Nuno Ferreira Santos

"Há um enquadramento dentro do qual estamos prontos a discutir com o governo grego. Esse enquadramento é o programa de ajuda actual, que deve ser prolongado", declarou a ministra das Finanças, citada pela AFP.

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"Há um enquadramento dentro do qual estamos prontos a discutir com o governo grego. Esse enquadramento é o programa de ajuda actual, que deve ser prolongado", declarou a ministra das Finanças, citada pela AFP.

Conceder empréstimos sem contrapartidas "não é possível para ninguém, seja a Portugal ou à Grécia", insistiu. "Quando peço um empréstimo ao meu banco, tenho de comprometer-me a reembolsá-lo, e tenho de dar garantias, é assim que as coisas funcionam”, insistiu a governante portuguesa.

Maria Luís Albuquerque, que esteve reunida na quinta-feira com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, mantém por isso a posição do governo português, que tem alinhado com a Alemanha e outros países que defendem que a Grécia deve pedir uma extensão do actual programa de assistência financeira. 

Na ausência de qualquer aproximação entre Atenas e Berlim, o prazo de sexta-feira, que foi imposto pelo presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, já começa a ser posto em causa. O comissário alemão, Günther Oettinger, indicou que o próximo passo, caso esta reunião não produza acordo, pode ser um Conselho europeu extraordinário, na próxima semana.

"Estamos a trabalhar para que a Grécia fique na zona euro", afirmou Oettinger, em declarações à rádio alemã Deutschlandrundfund, reproduzidas pela Reuters. "Nessa base, acho que um acordo será possível nos próximos oito dias - se necessário através de uma nova reunião de chefes de governo." 

Oettinger pertence à CDU, e fala regularmente com Angela Merkel, acrescenta a Reuters.