Dívida da Madeira “é impagável”, defende líder do CDS regional

José Manuel Rodrigues avisa que, com o actual plano de ajustamento, a região “não tem hipóteses de pagar a dívida a partir do próximo ano”.

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José Manuel Rodrigues fala em coligação condenada

“Sempre que tenho reuniões com o Governo da República é meu dever, não apenas como madeirense, mas também como cidadão, alertar para a dívida de 7 mil milhões de euros, as condições de pagamento - em termos temporais, mas também de taxas de juro -, porque ela é incomportável”, considerou José Manuel Rodrigues em entrevista à Antena 1.

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“Sempre que tenho reuniões com o Governo da República é meu dever, não apenas como madeirense, mas também como cidadão, alertar para a dívida de 7 mil milhões de euros, as condições de pagamento - em termos temporais, mas também de taxas de juro -, porque ela é incomportável”, considerou José Manuel Rodrigues em entrevista à Antena 1.

“A Madeira não tem condições de pagar [a dívida] nas actuais condições, nos actuais prazos e nas actuais taxas de juro, e tem que ter o apoio do Estado”, defendeu o líder do CDS madeirense.

José Manuel Rodrigues reconheceu, porém, que o presidente do partido e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, não lhe deu a sua anuência, “naturalmente”, para a renegociação da dívida regional e desculpabiliza-o, realçando que é apenas o segundo partido da coligação.

A discussão terá que ser feita entre o Governo da República e o novo Governo regional que sair das eleições de Março e, sobretudo, passar a basear a relação entre os dois órgãos de soberania na abertura e confiança. O novo executivo, diz o líder centrista, “terá que chegar à República e mostrar tudo à República [para esta] ver que a região não pode continuar com a actual austeridade, com o actual plano de ajustamento, e sobretudo que não tem hipóteses de pagar a dívida a partir do próximo ano”.

“Eu não digo como o Syriza ‘nós não pagamos’”, diz o líder do CDS. Mas deixa o aviso: “Eu acho que nas actuais condições, permita-me a expressão grega, ‘a dívida é impagável’”.

Já sobre as presidenciais, o líder regional centrista defende que o PSD e o CDS devem apoiar um candidato comum, embora a direita enfrente actualmente um dilema. “Para unir os dois partidos há melhores candidatos do que aquele que eu acho que é o melhor candidato para vencer as eleições. Eventualmente para unir o PSD e o CDS haverá outros, mas acho que o candidato do centro e da direita pode ser o prof. Marcelo Rebelo de Sousa.”

Porém, José Manuel Rodrigues considera que Pedro Santana Lopes é o candidato que une melhor os dois partidos. “É talvez uma pessoa com menos anti-corpos no CDS.” E Manuela Ferreira Leite? “Não a vejo como uma candidata vencedora.”