Galeria de Arte Urbana leva "street art" a bairros municipais

Galeria de Arte Urbana de Lisboa iniciou, na antiga Zona J, um ciclo dedicado aos bairros municipais que vai terminar com um mural colectivo

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O Bairro do Condado, antiga Zona J de Chelas, em Lisboa SMILE/GAU

A Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa iniciou este mês um projecto no Bairro do Condado, antiga Zona J de Chelas, no arranque de um novo ciclo de trabalho dedicado aos bairros municipais. O projecto "Há Arte no Bairro", realizado pela GAU em parceria com a GEBALIS — Gestão do Arrendamento Social em Bairros Municipais de Lisboa (GEBALIS) e Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe (CSPSMK), inclui acções de sensibilização sobre arte urbana, visitas guiadas e "workshops".

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A Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa iniciou este mês um projecto no Bairro do Condado, antiga Zona J de Chelas, no arranque de um novo ciclo de trabalho dedicado aos bairros municipais. O projecto "Há Arte no Bairro", realizado pela GAU em parceria com a GEBALIS — Gestão do Arrendamento Social em Bairros Municipais de Lisboa (GEBALIS) e Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe (CSPSMK), inclui acções de sensibilização sobre arte urbana, visitas guiadas e "workshops".

O projecto vai terminar com a realização de um mural colectivo no bairro, numa das ruas principais, inspirado na paisagem, história e vivências locais, e que envolverá a população que ali reside, em particular os jovens utentes do CSPSMK. Com o "Há Arte no Bairro", a GAU "inicia um novo ciclo de trabalho dedicado aos bairros municipais, que constitui uma das prioridades de actuação para o ano de 2015", disse à agência Lusa Inês Machado, técnica da Galeria de Arte Urbana.

Segundo esta técnica, ao longo dos seis anos de existência da GAU, a sua equipa tem verificado que, "tanto em Lisboa, como nas cidades de outros países visitadas no âmbito do trabalho internacional, a arte urbana pode constituir uma ferramenta importante para a inclusão social, para atenuar tensões sociais e culturais e para a promoção do diálogo entre gerações".

Além disso, "os bairros municipais são locais onde habitualmente não existem muitas intervenções artísticas", considerando a GAU "que a realização de peças de arte urbana proporciona uma mais-valia à paisagem urbana, animando-a visualmente". "Este enriquecimento do espaço público promove junto da população residente o sentimento de valorização do local onde mora e o desenvolvimento de laços de pertença ao território (muitas vezes inexistentes nestes bairros), que depois conduzem a usos sociais mais adequados dos espaços, a um melhor 'cuidar' do espaço do bairro (interior e exterior), melhorando o quotidiano e a qualidade de vida da comunidade, que é sempre envolvida em todas as fases do projecto", disse.

A GAU já tinha desenvolvido projectos com a Gebalis no Bairro do Armador, em 2010, e no Bairro da Flamenga, em 2011. O desafio para a GAU trabalhar no Bairro do Condado partiu da Gebalis, empresa que, tendo "a inclusão social destes territórios como objectivo", definiu "a arte urbana como uma estratégia de actuação, na medida em que nos bairros municipais abundam práticas desregradas e sistemáticas de 'tags', desenhos, rabiscos e frases, que vandalizam e desvalorizam os edifícios e equipamentos municipais e que em nada valorizam a sua imagem e a integração na malha urbana", disse à Lusa fonte da Gebalis.

Ao trabalhar com a GAU, a Gebalis pretende "levar para os bairros intervenções artísticas, que envolvam e motivem os residentes a cuidar do seu bairro, estimulem a utilização adequada dos espaços, aumentem o sentimento de pertença aos territórios e constituam uma mais-valia para o espaço público". Para a Gebalis, "este tipo de intervenção de rua permite valorizar o graffiti como uma expressão de arte, dissuadir a prática de tags, desenhos, rabiscos e frases desregradas, bem como valorizar o espaço público".

A GAU, coordenada pelo Departamento do Património Cultural da CML, foi criada em 2009 como parte de uma estratégia de, por um lado, valorizar uma expressão artística, e, por outro, valorizar um instrumento de gestão de uma dimensão da cidade.