Paulo Sousa, um passo de cada vez desde o futebol de base

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Paul Ellis/AFP

Já se passaram cinco anos desde a sua primeira experiência à frente de uma equipa profissional em Inglaterra, com o Queens Park Rangers. Era uma oportunidade a não perder. Paulo Sousa ambicionava conhecer o futebol inglês. Sabia que ali não há tempo para festejar vitórias nem carpir mágoas e que a aventura tinha os seus riscos. Desde logo pelo facto de chegar com a época iniciada, um grupo constituído e várias baixas por lesionados de longa duração. Mas encontrou uma atmosfera que não existe em nenhum outro lugar do mundo. Teria sido mais cómodo manter o conforto de um lugar na Federação Portuguesa de Futebol, mas há convites que não se podem rejeitar. Na sua estreia como técnico principal na Championship, até conseguiu alguns bons resultados, que acabaram por ser insuficientes para evitar a rescisão, mesmo com a equipa no décimo lugar.

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Já se passaram cinco anos desde a sua primeira experiência à frente de uma equipa profissional em Inglaterra, com o Queens Park Rangers. Era uma oportunidade a não perder. Paulo Sousa ambicionava conhecer o futebol inglês. Sabia que ali não há tempo para festejar vitórias nem carpir mágoas e que a aventura tinha os seus riscos. Desde logo pelo facto de chegar com a época iniciada, um grupo constituído e várias baixas por lesionados de longa duração. Mas encontrou uma atmosfera que não existe em nenhum outro lugar do mundo. Teria sido mais cómodo manter o conforto de um lugar na Federação Portuguesa de Futebol, mas há convites que não se podem rejeitar. Na sua estreia como técnico principal na Championship, até conseguiu alguns bons resultados, que acabaram por ser insuficientes para evitar a rescisão, mesmo com a equipa no décimo lugar.

O importante currículo de jogador atrás de si, dois títulos de campeão europeu em equipas diferentes, na Juventus e no Dortmund, a participação nos Campeonatos da Europa em 1996 e 2000 e no Mundial de 2002 pela selecção portuguesa e a experiência adquirida em Portugal, no Benfica e no Sporting, e nos campeonatos de Itália, Alemanha, Grécia e Espanha deram-lhe a confiança para outras aventuras. A passagem pelo futebol inglês acabou por reforçar a sua vontade de fazer carreira como técnico. Quis, no entanto, dar um passo de cada vez, depois de ter exercido funções na selecção, nas equipas de Carlos Queiroz e Scolari.

Há uma faceta menos divulgada de Paulo Sousa: começou a trabalhar no futebol de base, como embaixador da UEFA, que criou em 2001 o projecto “Grassroots”, destinado a estimular a capacidade criativa de milhares de crianças: o internacional português foi um dos escolhidos para dar a sua colaboração. No regresso a Itália, onde jogou na Juventus, Inter e Parma, colaborou com o sector juvenil e escolar da federação e na altura falou, entusiasmado, à revista Guerin Sportivo deste estimulante trabalho e da sua esperança no futebol infantil.

A melhoria de infra-estruturas e a possibilidade de acções destinadas a ajudar o jovem praticante a desenvolver o talento e a criatividade eram condições importantes mas, na sua opinião, não substituíam os tempos intermináveis da liberdade dos jogos de futebol de rua que no passado serviram de escola aos grandes campeões. Essa experiência foi fundamental e ainda hoje Paulo Sousa é um adepto da criatividade e do talento, como modelo para as suas equipas.