Propostas de regras para drones comerciais nos EUA estão aí

Amazon e Google podem ter entraves a serviços de entrega com proibição de voos nocturnos e exigência de pilotos certificados.

Foto
Os drones podem ser PATRIK STOLLARZ/AFP

Segundo o documento da FAA, os drones com menos de 22 quilos e destinados a “operações não-recreativas” não devem realizar voos nocturnos, voar perto de aeroportos, e terão de estar sob a vigilância constante de quem os comandar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo o documento da FAA, os drones com menos de 22 quilos e destinados a “operações não-recreativas” não devem realizar voos nocturnos, voar perto de aeroportos, e terão de estar sob a vigilância constante de quem os comandar.

Os “pilotos” destes drones devem ter certificados especiais para manobrar os aparelhos. Devem ter pelo menos 17 anos e passar num exame a que serão submetidos a cada dois anos para que possam continuar a manobrar drones com a autorização da FAA. A velocidade máxima permitida para que os drones circulem é de 160 quilómetros por hora e não poderão voar acima dos 152 metros de altura, para evitar possíveis colisões com outras aeronaves.

A autoridade norte-americana sugere ainda que o operador do drone mantenha contacto visual constante com o aparelho, mas permite que esse operador esteja em contacto com um “piloto” que deve acompanhar constantemente a aeronave quando esta está em serviço.

As propostas da FAA vão ficar sob consulta pública durante 60 dias antes de serem votadas. Após a votação, a autoridade estima que as novas regras levem até um ano e meio para entrarem em vigor. As regras são vagas quanto a penalizações possíveis para quem as violar.

Numa primeira análise, parece que podem colocar fortes entraves a serviços de entrega que algumas empresas pretendem pôr em prática, como é o caso da Amazon, do Google ou mesmo do Facebook.

Por exemplo, a Amazon, a gigante das vendas online, pretende fazer a entrega de encomendas com drones, com um peso máximo de 2,2 quilos de mercadorias. Em 2013, a empresa anunciou que estava a preparar um sistema de entregas com recurso a drones e que estes demorariam apenas meia hora a chegar ao cliente após a encomenda online.

Jeff Bezos, o fundador e presidente executivo da Amazon, considerou na altura que dentro de quatro ou cinco anos já seria possível entregar encomendas de pequenas dimensões através deste sistema. Bezos reconhecia, no entanto, que o grande obstáculo a este serviço não era tanto a tecnologia mas as regras para o poder pôr em prática. As propostas da FAA avançadas agora parecem não ajudar negócios como o da Amazon.

"A FAA deve começar e concluir de forma expedita o processo formal para atender às necessidades dos nossos negócios e, finalmente, dos nossos clientes", sustentou a Amazon num comunicado.