Políticos portugueses e norte-americanos em encontro à porta fechada
É o seguimento de uma iniciativa de Junho de 2014 em Washington
“Não é controverso dizer que a relação bilateral entre Portugal e os Estados Unidos está em fase de profunda mudança e o que estamos a tentar fazer com este encontro é contribuir que haja das duas partes, da parte dos políticos luso-americanos e também das autoridades nacionais, uma discussão franca, aberta, à porta fechada (…), e que haja essa discussão para ver como melhor seguir em frente e para que haja vantagens para os dois lados”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o presidente da FLAD, Vasco Rato.
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“Não é controverso dizer que a relação bilateral entre Portugal e os Estados Unidos está em fase de profunda mudança e o que estamos a tentar fazer com este encontro é contribuir que haja das duas partes, da parte dos políticos luso-americanos e também das autoridades nacionais, uma discussão franca, aberta, à porta fechada (…), e que haja essa discussão para ver como melhor seguir em frente e para que haja vantagens para os dois lados”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o presidente da FLAD, Vasco Rato.
Numa altura em que foi anunciada a redução da presença americana na base das Lajes, na ilha Terceira (Açores), em que decorrerem as negociações da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, e em que existe um crescente interesse por parte de investidores norte-americanos no tecido empresarial português, este encontro vai contar com a presença, na quinta e na sexta-feira, do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e do presidente da Câmara de Lisboa e líder socialista, António Costa.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, o investigador Carlos Gaspar, o economista António Nogueira Leite e o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, são outros dos nomes nacionais que vão participar em sessões de trabalho com uma delegação de 12 legisladores norte-americanos lusodescendentes.
Para Vasco Rato, o encontro será igualmente “uma oportunidade para as pessoas se conhecerem”, acreditando que este estreitar de conhecimento – entre os políticos americanos lusodescendentes entre si e também com os representantes portugueses -, será de “maior utilidade” e poderá facilitar “contactos e discussões que invariavelmente que irão ocorrer no futuro”.
Este encontro pretende, segundo o presidente da FLAD, dar seguimento a contactos já estabelecidos no passado, indicando que o último ocorreu em Junho de 2014 na embaixada portuguesa em Washington.
Questionado sobre os temas que poderão suscitar mais discussão, Vasco Rato afirmou que não existe uma agenda de assuntos estipulada, antevendo, no entanto, que as questões relacionadas com a Segurança e Defesa, que passará pela recente decisão norte-americana sobre a base da Lajes, e o TTIP poderão ser os assuntos em destaque.
“São as questões do momento, mas espera-se também que a discussão não se limite só a discussões de conjuntura, mas também possa ser perspectiva, se possa falar de assuntos que nos próximos 10, 15 anos venham a ser importantes para as duas partes”, concluiu Vasco Rato.
Segundo o estudo US Census de 2010, existem cerca de 1,3 milhões de americanos de ascendência portuguesa. A maior concentração dos emigrantes e lusodescendentes encontra-se nos Estados da Califórnia, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Iorque, Nova Jérsia e Florida. Desde a década de 1970, foram eleitos para o Congresso norte-americano seis luso-americanos, todos do Estado da Califórnia.