PCP diz que doente oncológico esteve seis dias no corredor das urgências
Deputados comunistas questionam Ministério da Saúde sobre caso relatado por familiar de doente do hospital de Beja.
Numa pergunta dirigida ao Ministério da Saúde e enviada nesta segunda-feira à agência Lusa, os deputados do PCP João Ramos e Carla Cruz referem que, segundo o relato de um familiar, o idoso entrou no dia 3 no serviço de urgência do hospital de Beja, onde ficou no corredor até ao dia 9 deste mês.
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Numa pergunta dirigida ao Ministério da Saúde e enviada nesta segunda-feira à agência Lusa, os deputados do PCP João Ramos e Carla Cruz referem que, segundo o relato de um familiar, o idoso entrou no dia 3 no serviço de urgência do hospital de Beja, onde ficou no corredor até ao dia 9 deste mês.
Neste dia, o doente foi transferido para a sala de observação do serviço de urgência, indicam os deputados, referindo que aos familiares foi dada a informação de que o idoso não era internado porque não existiam camas de oncologia disponíveis.
“O doente esteve seis dias no corredor da urgência em condições que não são as adequadas”, lamentam os deputados, frisando que, “exemplo disso, é que foi transportado para fazer tratamentos em Évora e não os realizou dado o estado de agitação que apresentava”.
Através da pergunta, os dois parlamentares comunistas querem saber se o Ministério da Saúde confirma o caso, por que razão “não foi encontrada uma solução de internamento para um doente oncológico” e o que está a ser feito para que situações idênticas “não se voltem a repetir”.
Segundo os deputados, em 2013, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) reduziu oito camas destinadas a doentes oncológicos no hospital de Beja.
“Ao contrário do que era dito, as camas não estavam a mais e a redução conduziu a situações desta natureza (seis dias num corredor de urgência), que são, no mínimo, inadmissíveis e desumanas”, afirmam os deputados comunistas.
Através da pergunta, os deputados também querem saber se o Ministério da Saúde confirma se as camas de internamento destinadas a doentes oncológicos que foram reduzidas são necessárias.
A Lusa pediu ao conselho de administração da ULSBA uma reacção ao caso relatado pelos deputados do PCP, mas não obteve resposta até meio da tarde de hoje.