Surdos já podem pedir ajuda com a aplicação "SOS Phone"

Aplicação desenvolvida por investigadores da Universidade de Vila Real permite o contacto com serviços de emergência sem recurso a chamadas de voz. Dirigida à comunidade surda, pode ser adaptada a cidadãos com necessidades semelhantes

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Siegfried Modola/Reuters

Investigadores da Universidade de Vila Real desenvolveram a aplicação móvel "SOSPhone" para ajudar as pessoas surdas a contactar os serviços de emergência sem recurso a uma chamada de voz. "Esta é uma aplicação inovadora à escala global. Não existem soluções que sigam o mesmo paradigma de comunicação não-verbal", afirmou, em comunicado, Benjamim Fonseca, do Departamento de Engenharias da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e responsável pelo projecto.

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Investigadores da Universidade de Vila Real desenvolveram a aplicação móvel "SOSPhone" para ajudar as pessoas surdas a contactar os serviços de emergência sem recurso a uma chamada de voz. "Esta é uma aplicação inovadora à escala global. Não existem soluções que sigam o mesmo paradigma de comunicação não-verbal", afirmou, em comunicado, Benjamim Fonseca, do Departamento de Engenharias da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e responsável pelo projecto.

Segundo explicou, o "SOSPhone" é uma aplicação móvel que permite contactar os serviços de emergência sem recurso a uma chamada de voz, através de uma interface iconográfica. O projecto é dirigido à comunidade surda mas poderá ser adaptado a grupos de cidadãos com necessidades semelhantes.

Com esta aplicação, o utente vai descrevendo a emergência, com elevado detalhe, através da selecção de ícones que surgem ao longo do atendimento. No final, é gerada e enviada uma mensagem de telemóvel — SMS — automática com os detalhes da ocorrência, as coordenadas de localização e a identificação da pessoa que realiza o pedido.

"O SOSPhone proporciona rapidez, universalidade, localização exacta, não permite pedidos anónimos, proporciona elevado detalhe e simplicidade, permite autonomia no pedido de ajuda de cidadãos surdos, mas também a qualquer utilizador" salientou o investigador.

Benjamim Fonseca sublinhou que, para o sucesso do projecto, foi fundamental a proximidade à comunidade surda, a qual possibilitou "a identificação informal de várias áreas de intervenção, relativamente a serviços, normalmente inacessíveis, devido às barreiras de comunicação que apresentam".

Trata-se de um projecto com origem académica, mas que acabou por levar à criação da 4ALL Software, uma empresa "spin off" incubada na UTAD, que irá dar continuidade ao projecto e transpor, para a sociedade, os resultados alcançados. A esta empresa caberá ainda a identificação de novas áreas de actuação, através da realização de estudos com associações de surdos e com grupos representativos de cidadãos com necessidades comunicacionais semelhantes.

O projecto "SOSPhone" foi premiado recentemente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com cerca de 38.000 euros. Das 60 candidaturas recebidas ao Prémio Inclusão e Literacia Digital, 18 foram premiadas, entre elas a iniciativa da academia transmontana.