Estas rádios universitárias já não são apenas para estudantes

Estão ligadas às universidades, mas têm um papel activo na sociedade e apostam no regional, conquistando assim mais ouvintes. As rádios universitárias "são rádios como as outras"

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Claudio Riccio/Flickr

As rádios universitárias já não são apenas para estudantes. A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) defende que as suas emissões têm ganho espaço a nível regional e que, de certa foram, se equiparam às rádios locais: "Ainda que ligadas às universidades, são rádios como as outras, desempenham um papel na sociedade e no panorama radiofónico, e estão em pé de igualdade com as outras", explica à agência Lusa o presidente da APR, José Faustino.

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As rádios universitárias já não são apenas para estudantes. A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) defende que as suas emissões têm ganho espaço a nível regional e que, de certa foram, se equiparam às rádios locais: "Ainda que ligadas às universidades, são rádios como as outras, desempenham um papel na sociedade e no panorama radiofónico, e estão em pé de igualdade com as outras", explica à agência Lusa o presidente da APR, José Faustino.

É o caso da Rádio Universitária do Minho (RUM), que emite em 97.5 FM, da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), que emite em 107.9 FM, e da Rádio Universitária do Algarve (RUA), cuja frequência é 102.7 FM. Todas elas partilham o facto de se considerarem rádios locais, apesar de terem nascido no seio académico.

"A RUC não é totalmente uma rádio universitária, é uma rádio local que tem uma grande ligação à academia, à associação académica e à universidade", disse à agência Lusa o presidente João André Oliveira. Considera que em termos de informação e de programação, a RUC se demarca das restantes rádios que se ouvem na zona, porque dá "muito interesse e muito foco não só à cidade mas, antes disso até, àquilo que se passa na academia, na associação académica e na universidade".

A Rádio Universitária de Coimbra nasceu há 29 anos na academia mais antiga do país e, actualmente, conta com cerca de 100 colaboradores. Quanto aos ouvintes, o presidente reconhece que, a par dos estudantes, "muitas pessoas de meia-idade e muitas que, infelizmente, estão desempregadas, ouvem [a RUC], acima de tudo nos espaços matinais".

Também a RUM se afirma como uma rádio local. O locutor Sérgio Xavier disse à Lusa que a rádio "nunca esqueceu os estudantes universitários, mas sempre teve em atenção o universo extra universidade". "Claramente, somos uma rádio local, principalmente em Braga e em Guimarães, que são os focos, mas não esquecemos Viana, Barcelos, Famalicão e o Porto também", continuou.

A RUM tenta então "ser uma ponte entre a cidade e a universidade, no sentido de divulgar coisas que acontecem na universidade para a comunidade". Apesar de reconhecer que é difícil saber quem ouve a rádio, Sérgio Xavier afirma que, "pelo 'feedback', são jovens a partir dos 20 e poucos anos, até aos 40, 40 e tal". A RUM foi fundada em 1989, pela Associação Académica da Universidade do Minho, "como uma forma de protesto contra o aumento das refeições da cantina", afirmou o locutor.

A RUA é a mais nova das três. Fundada em finais dos anos 1990, nasceu com o objectivo de ser "feita por estudantes, ou seja, uma imagem da academia", declarou o director de Antena Pedro Duarte. Porém, "a informação, acima de tudo, é regional", assume. Actualmente, os ouvintes já não são só os estudantes. Pedro Duarte referiu que a RUA também tem ouvintes de "faixas etárias que não seriam propriamente as dirigidas" para uma rádio universitária, acrescentando que é um fenómeno interessante utilizarem "linguagem mais jovem". "Depois, a resposta vem de pessoal que se mantém jovem por dentro".