Mais travessias no Douro? Sim, de barco

Rui Moreira diz que "não há nada objectivamente pensado" para novas travessias pedonais sobre o rio

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Fusão Porto-Gaia é recorrentemente apontada como exemplo Manuel Roberto

O vereador Amorim Pereira, do PSD, queria saber se o executivo de Rui Moreira está a planear novas travessias sobre o rio Douro, sob a forma de uma ponte pedonal ou de novas ligações de barco. Rui Moreira disse sim à segunda hipótese. Não por iniciativa do município, mas pelo “operador turístico da Taylor’s”, explicou o autarca.

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O vereador Amorim Pereira, do PSD, queria saber se o executivo de Rui Moreira está a planear novas travessias sobre o rio Douro, sob a forma de uma ponte pedonal ou de novas ligações de barco. Rui Moreira disse sim à segunda hipótese. Não por iniciativa do município, mas pelo “operador turístico da Taylor’s”, explicou o autarca.

Segundo Moreira, um representante da Taylor’s esteve esta semana na câmara para falar do interesse do grupo em “montar um serviço de vaporetto que fizesse a ligação entre as duas margens, partindo junto ao hotel [Yeatman’s]”. Uma possibilidade que já fora discutida com a autarquia pela própria Administração dos Portos de Douro e Leixões (APDL), na semana anterior. O presidente da Câmara do Porto diz que, na margem portuense do Douro os barcos serão bem-vindos “na plataforma em S. Nicolau, a montante do parque de estacionamento da Alfândega”. O problema, acrescentou, “coloca-se do lado de Gaia, porque não há ali um cais”.

Contactada pelo PÚBLICO, a Câmara de Gaia confirma o desenvolvimento do projecto, acrescentando que a travessia fluvial entre as duas margens do Douro foi mesmo discutida no âmbito da Frente Atlântica. Fonte do município liderado pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues explica mesmo que o investimento para “adaptar ou construir um cais de desembarque” será de 50 mil euros e assumido pelo investidor privado.

As obras, acrescenta a assessoria de imprensa, deverão começar “de imediato” e estar concluídas no Verão. Eduardo Vítor Rodrigues afirma que  “esta é uma resposta à mobilidade entre os dois centros históricos e os dois concelhos, que finalmente é possível graças ao entendimento entre os dois municípios”.

Quanto a eventuais travessias que impliquem novas construções, o presidente da Câmara do Porto foi peremptório em afirmar que “não há nada objectivamente pensado”. O vereador do Urbanismo, Correia Fernandes, lembrou que foi criado, no âmbito da Área Metropolitana do Porto (AMP) um grupo de trabalho para a valorização do rio Douro – que inclui os municípios do Porto, Gaia, Gondomar e Santa Maria da Feira – que avaliará, também, qualquer possibilidade de novas travessias.

Apesar de colocar a tónica nas travessias fluviais, com recursos a barcos que poderiam “revitalizar o rio enquanto rio”, o vereador não descartou também a possibilidade de a travessia a pé poder vir a ser facilitada. “Tivemos reuniões com o engenheiro responsável pelo  projecto de alargamento do tabuleiro superior da Ponte Luiz I, para receber o metro, que colocaram novas perspectivas, permitindo-nos pensar que seria possível uma solução idêntica para o tabuleiro inferior”, disse.