Investigação envolve HSBC da Suíça na ocultação de dinheiro de clientes

SwissLeaks revela como a filial do banco HSBC em Genebra serviu de intermediário para clientes esconderem dinheiro.

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O gigante inglês HSBC está entre os mais mais dinâmicos na criação de sociedades em paraísos fiscais

O dossier que está na origem da investigação, divulgada neste domingo, contém informações relativas a mais de 100 mil clientes e 20 mil sociedades offshores, de contas no valor de 100 mil milhões de dólares (cerca de 87.300 milhões de euros) que terão passado pelo HSBC em Genebra. Os dados dizem respeito apenas ao horizonte temporal entre Novembro de 2006 e Março de 2007.

Segundo o Guardian, um dos jornais que neste domingo revelou o SwissLeaks, o HSBC Private Bank terá permitido retirar grandes quantidades de dinheiro em moeda estrangeira pouco habituais na Suíça, terá ajudado clientes a escapar ao pagamento de impostos em domicílios fiscais na Europa, terá escondido fundos em contas “negras” e aberto contas a criminosos internacionais e empresários suspeitos de corrupção. Ao jornal inglês, o HSBC em Londres reconheceu que a casa-mãe é responsável pelas “falhas de controlo” sobre o HSBC Private Bank.

O ICIJ e o Le Monde explicam como funcionava o esquema envolvendo o HSBC Private Bank. Quando era criada uma conta de um cliente, era-lhe atribuído um código com números e letras, ao qual podiam estar associadas uma ou mais contas bancárias, por sua vez registadas com identidades diferentes. O anonimato da pessoa ou entidade ficava assegurado (só o banco sabia a quem pertenciam as contas, porque o titular passava, na prática, a ser um código, deixando de estar associadas a uma pessoa física). Depois, era criada uma sociedade fictícia, que passa a ter um perfil de cliente com o seu próprio nome, associado àquelas contas.

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O dossier que está na origem da investigação, divulgada neste domingo, contém informações relativas a mais de 100 mil clientes e 20 mil sociedades offshores, de contas no valor de 100 mil milhões de dólares (cerca de 87.300 milhões de euros) que terão passado pelo HSBC em Genebra. Os dados dizem respeito apenas ao horizonte temporal entre Novembro de 2006 e Março de 2007.

Segundo o Guardian, um dos jornais que neste domingo revelou o SwissLeaks, o HSBC Private Bank terá permitido retirar grandes quantidades de dinheiro em moeda estrangeira pouco habituais na Suíça, terá ajudado clientes a escapar ao pagamento de impostos em domicílios fiscais na Europa, terá escondido fundos em contas “negras” e aberto contas a criminosos internacionais e empresários suspeitos de corrupção. Ao jornal inglês, o HSBC em Londres reconheceu que a casa-mãe é responsável pelas “falhas de controlo” sobre o HSBC Private Bank.

O ICIJ e o Le Monde explicam como funcionava o esquema envolvendo o HSBC Private Bank. Quando era criada uma conta de um cliente, era-lhe atribuído um código com números e letras, ao qual podiam estar associadas uma ou mais contas bancárias, por sua vez registadas com identidades diferentes. O anonimato da pessoa ou entidade ficava assegurado (só o banco sabia a quem pertenciam as contas, porque o titular passava, na prática, a ser um código, deixando de estar associadas a uma pessoa física). Depois, era criada uma sociedade fictícia, que passa a ter um perfil de cliente com o seu próprio nome, associado àquelas contas.

O ICIJ refere no seu site que os documentos a que teve acesso dizem respeito a mais de 100 mil pessoas e entidades de mais de 200 países, correspondendo a uma versão do dossier que França partilhou com as autoridades fiscais de outros países, incluindo os Estados Unidos, Índia, Argentina, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Irlanda, Grécia, Bélgica.

Há um nome central na revelação de todas estas informações: o de Hervé Falciani, um antigo funcionário do banco em Genebra. Falciani, informático, com dupla nacionalidade (francesa e italiana), obteve documentos confidenciais do HSBC Private Bank e entregou os arquivos às autoridades francesas.

Segundo o Le Monde, Falciani tentou vender as informações que depois viria a fornecer às autoridades francesas, tendo sido acusado pelo Ministério Público da Suíça em Dezembro do ano passado por alegada espionagem económica e violação do segredo comercial e bancário.

A investigação começou no Le Monde, que teve acesso às informações no início do ano passado e partilhou a documentação com o consórcio de jornalistas ICIJ, que passou a coordenar a investigação.

Clientes portugueses
No seu site, o consórcio de jornalistas refere que as contas bancárias em offshores são permitidas em muitos países e clarifica que o facto de os nomes constarem da “lista Falciani “não significa que a pessoa tenha cometido qualquer delito”. Na lista estão nomes como Mohamed VI de Marrocos, Li Xiaolin, filha do ex-primeiro ministro chinês Li Peng, o banqueiro espanhol Emilio Botín (que morreu em Setembro), o piloto Fernando Alonso, o actor norte-americano John Malkovich, o músico Phil Collins ou o estilista Valentino Garavani.

Suíça, Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos França, Israel, Itália e Bahamas são os países cujos clientes surgem em primeiro na lista do SwissLeaks, com mais dinheiro associado às contas em causa. Os clientes relacionados com Portugal tinham no banco 969 milhões de dólares (846,5 milhões de euros), sendo que o cliente com mais dinheiro associado totalizava 161,8 milhões de dólares (141,3 milhões de euros).