Varoufakis promete programa detalhado da Grécia
Alexis Tsipras apresenta este domingo ao Parlamento medidas do Governo.
Neste momento há uma distância enorme entre a posição da Grécia e a da maioria dos países da zona euro, liderados pela Alemanha, que insistem que a dívida da Grécia não pode ser reduzida e que o país deverá manter as reformas do anterior executivo.
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Neste momento há uma distância enorme entre a posição da Grécia e a da maioria dos países da zona euro, liderados pela Alemanha, que insistem que a dívida da Grécia não pode ser reduzida e que o país deverá manter as reformas do anterior executivo.
O quadro deverá clarificar-se este domingo, quando o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, apresentar o programa de Governo ao Parlamento. A apresentação devia ter sido feita hoje mas foi adiada enquanto os ministros acertavam agulhas. Foi ao sair desta reunião de ministros que Varoufakis garantiu que havia um plano detalhado para apresentar aos outros membros da zona euro na quarta-feira.
Segundo o jornal online grego Macropolis, Atenas tentará um acordo de curto prazo que inclua um compromisso de ambos os lados para que não haja acções unilaterais, a possibilidade de aumento do limite de emissão de bilhetes do Tesouro, a devolução de lucros da compra de obrigações gregas pelo BCE, e uma promessa de um acordo a quatro anos com cumprimento de metas fiscais, um plano de combate à evasão fiscal, luta contra a corrupção e reforma da Administração Pública.
Enquanto isso, o ministro da Economia, Giorgos Stathakis, explicou numa entrevista ao Wall Street Journal que o país estava com menos verbas já que antecipando as eleições muitos gregos atrasaram os pagamentos de impostos (o que acontece sempre em vésperas de votações) e agora esperam ainda para saber o que vai acontecer a vários dos impostos.
Stathakis acrescentou mais tarde, no entanto, que o Governo tem um plano para aumentar a colecta e que não espera problemas de liquidez antes do Verão. Na entrevista, sublinhou ainda que se os outros países da zona euro não suavizarem as suas posições, “a Grécia será o primeiro país a entrar em bancarrota por causa de 5 mil milhões de euros”.
A imprensa grega também espera que haja espaço para compromisso. “O anterior Governo não conseguiu aprovar as medidas pedidas em troca da finalização do programa [da troika], e levou a cabo eleições presidenciais falhadas e eleições antecipadas, por isso é inconcebível que a actual coligação as aceitasse”, sublinha um artigo no Macropolis.
Depois da apresentação de domingo, o Executivo de Tsipras vai ser submetido a um voto de confiança no Parlamento na terça-feira, mesmo antes da reunião do Eurogrupo na quarta e da cimeira europeia na quinta.
Antecipa-se que Tsipras possa anunciar apenas algumas das medidas abertamente contrárias ao programa de austeridade, como a electricidade gratuita para 300 mil famílias, e que avance também soluções para o seu financiamento – segundo o site Capital.gr, na reunião preparatória os restantes membros da zona euro pressionaram a Grécia para apresentar fontes de receita alternativas para financiar os programas sociais que pretendem.