Mulher atingida por disparos da PSP na Cova da Moura

PSP admite ter disparado "para o ar" durante uma detenção no bairro mas não tem conhecimento de feridos.

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Cova da Moura é um dos bairros de génese ilegal do concelho da Amadora Pedro Martinho/Arquivo

O incidente ocorreu à hora de almoço, entre as 13h30 e as 14h. Quem o diz é Zulmira Coelho, que àquela hora passava na Rua do Moinho quando ouviu os disparos. Segundo esta funcionária da Associação Cultural Moinho da Juventude, os agentes da PSP tinham montado um perímetro de segurança na rua e, sem motivo aparente, “começaram a agredir um jovem” que estava “encostado a uma parede”. Um grupo de raparigas que estava a assistir protestou e, no meio do aparato, a PSP disparou “seis ou sete” tiros, forçou o jovem a entrar na carrinha policial e abandonou o bairro.

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O incidente ocorreu à hora de almoço, entre as 13h30 e as 14h. Quem o diz é Zulmira Coelho, que àquela hora passava na Rua do Moinho quando ouviu os disparos. Segundo esta funcionária da Associação Cultural Moinho da Juventude, os agentes da PSP tinham montado um perímetro de segurança na rua e, sem motivo aparente, “começaram a agredir um jovem” que estava “encostado a uma parede”. Um grupo de raparigas que estava a assistir protestou e, no meio do aparato, a PSP disparou “seis ou sete” tiros, forçou o jovem a entrar na carrinha policial e abandonou o bairro.

Ainda de acordo com a versão da testemunha, três disparos foram directos para a varanda do primeiro andar de uma casa, onde estava uma das voluntárias da associação. A mulher foi atingida no peito, na coxa direita e, embora só de raspão, também na face. “O filho dela, de seis anos, estava em casa mas por sorte não foi à varanda”, conta Zulmira Coelho, que acompanhou a vítima até ao Hospital de S. Francisco Xavier.

A versão contada pela PSP é diferente. Segundo o subcomissário Abreu, do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, estava a ser feita uma “patrulha normal” naquele bairro, pela equipa de intervenção rápida, quando a carrinha em que esta seguia foi apedrejada. “Foi lançada uma pedra, que partiu um dos vidros da viatura.” Os agentes interceptaram o indivíduo que alegadamente arremessou a pedra, um rapaz de 24 anos, e efectuaram “disparos para o ar”.

Um polícia sofreu ferimentos ligeiros no rosto e nos braços, e foi transportado para o Hospital de Amadora-Sintra. O subcomissário diz não ter conhecimento de outros feridos. “A PSP não confirma nem desmente que possa ter ocorrido esse incidente, mas vamos apurar e no final da tarde teremos uma resposta mais consolidada”, afirmou o oficial da PSP.

Depois da detenção, os agentes abandonaram o bairro e levaram o rapaz para a esquadra de Alfragide. O subcomissário Abreu diz ainda que um grupo de dez rapazes entre os 23 e os 25 anos, que estava com o jovem no bairro, tentou “invadir” a esquadra. Cinco foram detidos, estando a aguardar a elaboração do expediente. Deverão ser notificados para comparecer em tribunal na sexta-feira.

Jackilson, outro funcionário da Moinho da Juventude, garante que apenas dois funcionários da associação e mais três amigos do jovem detido foram até à esquadra, para apresentarem queixa por a PSP o ter, alegadamente, "baleado com balas de borracha". "Ninguém invadiu a esquadra, as pessoas foram simplesmente detidas, nem as deixaram apresentar queixa", afirma.

Por sua vez, Zulmira Coelho nega que alguém tenha arremessado pedras à carrinha policial e adianta que a vítima, que está “muito nervosa” e foi já assistida no hospital, irá avançar com uma queixa judicial. Segundo Jackilson, a mulher terá tentado apresentar queixa na esquadra de Moscavide, mas foi informada de que teria de se deslocar ao posto de Alfragide. "Ela tem receio de ser detida também", afirma.