Nas trincheiras
O melhor Eastwood desde Gran Torino em termos cinematográficos, desde que se consiga ultrapassar a dimensão política que o tem perseguido.
É fita que tem mais a ver com o “velho” Eastwood do cinema de género ancorado numa certa ideia do “herói americano”, à qual aliás a sua figura principal, Chris Kyle (atirador das forças especiais americanas com quatro comissões de serviço no Iraque a que Bradley Cooper empresta uma densidade curiosa), se “cola” sem pejo nenhum. É verdade que este pequeno “regresso à boa forma”, depois de uma série de filmes menores e atípicos, é hagiográfico até à medula, deixa sistematicamente por seguir as pistas mais interessantes que levanta, pouco adianta ou atrasa à filmografia de Eastwood. Mas o homem está muito mais à vontade “nas trincheiras” do que a brincar aos musicais ou às biografias de grandes líderes, e muito cineasta de blockbuster bem podia aprender umas coisinhas com a classe que Eastwood aqui alardeia quase sem esforço. Assumindo, claro, que consegue passar por cima da polarizadora dimensão política que o filme ganhou de sopetão.
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É fita que tem mais a ver com o “velho” Eastwood do cinema de género ancorado numa certa ideia do “herói americano”, à qual aliás a sua figura principal, Chris Kyle (atirador das forças especiais americanas com quatro comissões de serviço no Iraque a que Bradley Cooper empresta uma densidade curiosa), se “cola” sem pejo nenhum. É verdade que este pequeno “regresso à boa forma”, depois de uma série de filmes menores e atípicos, é hagiográfico até à medula, deixa sistematicamente por seguir as pistas mais interessantes que levanta, pouco adianta ou atrasa à filmografia de Eastwood. Mas o homem está muito mais à vontade “nas trincheiras” do que a brincar aos musicais ou às biografias de grandes líderes, e muito cineasta de blockbuster bem podia aprender umas coisinhas com a classe que Eastwood aqui alardeia quase sem esforço. Assumindo, claro, que consegue passar por cima da polarizadora dimensão política que o filme ganhou de sopetão.