Podiam ter sido as 85 obras de Joan Miró, na posse do Estado desde a nacionalização do BPN, se não se arrastasse a sua venda na Christie’s de Londres há um ano. Foi em Fevereiro do ano passado que a venda destas obras foi cancelada, quando a colecção já se encontrava até em Londres. Desde então, espera-se que o imbróglio tenha uma resolução para que as obras possam ser vendidas. Se tudo tivesse corrido como deseja a direcção da Parvalorem e da Parups, empresas proprietárias das obras,as 85 peças podiam até ter integrado o leilão que aconteceu nesta quarta-feira à noite.
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Podiam ter sido as 85 obras de Joan Miró, na posse do Estado desde a nacionalização do BPN, se não se arrastasse a sua venda na Christie’s de Londres há um ano. Foi em Fevereiro do ano passado que a venda destas obras foi cancelada, quando a colecção já se encontrava até em Londres. Desde então, espera-se que o imbróglio tenha uma resolução para que as obras possam ser vendidas. Se tudo tivesse corrido como deseja a direcção da Parvalorem e da Parups, empresas proprietárias das obras,as 85 peças podiam até ter integrado o leilão que aconteceu nesta quarta-feira à noite.
Questionado pelo PÚBLICO esta semana, Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem e da Parups, reiterou o interesse em realizar o leilão em Londres, lembrando que "pendem dois recursos do Ministério Público". "E sem haver 'paz jurídica' não vale a pena marcar um novo leilão."
Nesta quarta-feira, na Christie's, não houve peças do antigo BPN mas o pintor catalão brilhou na mesma. Foi Painting (women, moon, birds), um óleo de 1950 de Miró, a obra mais cara da noite, ao ser vendida por 20,5 milhões de euros, quando as estimativas da Christie’s apontavam para os 5,3 milhões e os 9,3 milhões de euros.
Com os elementos que o catalão tanto usou na década de 1950, como os pássaros, as árvores o sol e a lua, Painting (women, moon, birds) entra para a lista das obras mais caras de Joan Miró. O recorde de venda em leilão de uma obra de Miró pertence a Estrela Azul, vendido na Sotheby's em 2012 por 29,4 milhões de euros. Logo a seguir, de acordo com o Art Price, o site que monitoriza o mercado da arte e se encarrega de divulgar rankings de artistas e as tendências dos investidores e coleccionadores, estava Poema Pintado, de 1925, vendido também em 2012 por 20,2 milhões de euros. O que significa que com o resultado obtido nesta quarta-feira, Painting (women, moon, birds) é agora a segunda obra mais cara de Miró vendida em leilão.
Na mesma venda, a segunda obra mais valiosa da noite foi Vue sur l'Estaque et le château d'If, uma paisagem de Paul Cézanne pintada entre 1883-1885. Esta era na verdade a venda mais antecipada. Foi o lote que a Christie’s destacou e acabou vendida por 17,9 milhões de euros, a expectativa mais alta da leiloeira atirava para os 16 milhões de euros.
E logo atrás, outro Miró. A Christie’s levou à praça L'Oiseau au Plumage Déployé Vole Vers l'Arbre Argenté, um óleo de 1953, que alcançou os 12,2 milhões de euros.
No final, o leilão de arte impressionista, moderna e surrealista rendeu à Christie’s 194 milhões de euros, com 36 obras a serem vendidas acima do milhão de libras (1,3 milhões de euros). No dia anterior, a Sotheby’s tinha batido o recorde ao somar 250 milhões de euros.
No final do ano passado, a Christie’s anunciou que 2014 foi o melhor ano de sempre para a leiloeira ao alcançar o total de 7,3 mil milhões de euros em leilões e vendas privadas em todo o mundo.