Bruxelas quer desbloquear mil milhões de euros para combater desemprego jovem
Proposta permitiria a Portugal receber mais 48 milhões de euros em 2015 para projectos de apoio ao emprego.
«É inaceitável que, actualmente, quase um em cada cinco jovens em idade activa não consiga encontrar trabalho”, comentou a comissária, citada pela Lusa, na conferência de imprensa em que anunciou a proposta.
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«É inaceitável que, actualmente, quase um em cada cinco jovens em idade activa não consiga encontrar trabalho”, comentou a comissária, citada pela Lusa, na conferência de imprensa em que anunciou a proposta.
O objectivo é aumentar a taxa de pré-financiamento da IEJ de cerca de 1% para 30%. O pré-financiamento permite à Comissão Europeia transferir logo uma parte da verba total aos Estados-membros. Os restantes montantes só são pagos posteriormente, reembolsando despesas já incorridas, o que implica investimento público nacional numa primeira fase.
A comissária Thyssen justifica esta alteração com o facto de os países mais afectados pelo desemprego jovem serem também os que enfrentam os maiores constrangimentos orçamentais.
“É uma boa notícia”, reagiu a eurodeputada Maria João Rodrigues, numa declaração publicada pelo site do grupo socialista no Parlamento Europeu. “Aumentar a taxa de pré-financiamento para a IEJ vai ajudar os Estados-membros a dar início à implementação dos programas”, acrescentou, instando ainda o Conselho da União Europeia a adoptar “prontamente” a proposta de Bruxelas.
Portugal viu serem-lhe atribuídos cerca de 160 milhões de euros no quadro da IEJ, pelo que a proposta tem o potencial de desbloquear cerca de 48 milhões de euros em 2015 para apoiar projectos nacionais.
A IEJ foi lançada pela Comissão Europeia em 2013 e complementa o Fundo Social Europeu nas regiões onde a taxa de desemprego jovem ultrapassa os 25%, essencialmente nos países do Sul. Tem como objectivo apoiar jovens que não se encontram nem a trabalhar, nem a estudar ou em formação (os ditos NEETs, do inglês Neither in Employment nor in Education or Training). Pode, por exemplo, financiar actividades como estágios, formações e apoios à criação de novas empresas por jovens empresários, assim como subsídios salariais e ajudas à contratação.
Segundo a Comissão Europeia, havia em Dezembro de 2014 cerca de 7,5 milhões de NEETs na Europa, dos quais 280 mil em Portugal. Particularmente castigados pela crise, os jovens viram a sua taxa de emprego diminuir três vezes mais que a dos adultos nos últimos quatro anos.