Monet dominou no mais rentável leilão de sempre da Sotheby’s em Londres

A noite prometia grandes obras de impressionistas, modernos e surrealistas. No fim, feitas as contas, o leilão ficou muito perto dos 250 milhões de euros. Matisse e Toulouse-Lautrec foram estrelas, mas foi Monet quem reinou.

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Segundo o diário britânico The Guardian, o leilão ultrapassou as estimativas da casa em cerca de 50 milhões, com cinco obras a baterem recordes para artistas como Georges Seurat (trabalho em papel vendido por 10 milhões de euros) e Kazimir Malevich. Foi o mais rentável leilão de sempre da Sotheby's em Londres.

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Segundo o diário britânico The Guardian, o leilão ultrapassou as estimativas da casa em cerca de 50 milhões, com cinco obras a baterem recordes para artistas como Georges Seurat (trabalho em papel vendido por 10 milhões de euros) e Kazimir Malevich. Foi o mais rentável leilão de sempre da Sotheby's em Londres.

Na sala travaram-se algumas batalhas intensas entre coleccionadores e galeristas de 35 países, concentrados, sobretudo, num retrato de Matisse – Odalisque au Fauteuil Noir (1942), arrematado por 21 milhões de euros, ultrapassando as estimativas mais generosas – na pintura Au Lit: Le Baiser (1892), de Henri de Toulouse-Lautrec, vendida por 14,2 milhões; e em cinco obras do impressionista francês Claude Monet.

Foi precisamente um Monet – Le Grand Canal, uma vista do Canal Grande executada em 1908 – a atingir o valor mais elevado da noite, 31,4 milhões de euros, tornando-se a mais cara obra de sempre da série que o artista dedicou a Veneza. Para este resultado terá contribuído o facto desta pintura que faz parte de uma colecção privada ter estado exposta na National Gallery de Londres, sob empréstimo, desde 2006.

O museu londrino não foi, no entanto, o único “presente” no leilão. Neste núcleo de cinco Monets – claramente o protagonista da noite, atingindo no total os 74 milhões de euros – estava Les Peupliers à Giverny (1887), que passou pelo acervo do Instituto de Arte de Chicago e que agora saiu da colecção do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) para capitalizar o seu fundo de aquisições (rendeu 14 milhões de euros), lê-se na página da leiloeira.

“Este resultado muito forte é um reflexo da qualidade do material que vemos aqui hoje e que fomos capazes de trazer desta vez”, disse na noite do leilão Helena Newman, directora do departamento de arte moderna e impressionista da Sotheby’s, aqui citada pelo Guardian. À qualidade das obras juntaram-se dois outros importantes factores: alguns dos lotes nunca tinham passado por um leilão e, na sala, estavam sentadas grandes figuras do mercado.

O Guardian explica o bom resultado dos amantes de Toulouse-Lautrec com o facto de ter sido a primeira vez que a obra foi oferecida em leilão e de não ser exposta há mais de 40 anos. O de Malevich atribui-o ao crescente interesse do mercado internacional pelo artista da vanguarda russa – o auto-retrato que a Sotheby’s leiloou esta terça-feira foi vendido por 7,7 milhões (cinco vezes o estimado), tornando-se a sua obra em papel mais cara de sempre a ir à praça.  

“No total é um resultado fantástico. O que nos tranquiliza é que as pessoas estão tão argutas e entusiásticas em relação às obras de grande qualidade como sempre”, concluiu a especialista da Sotheby’s.

Na mesma noite foram ainda transaccionadas obras de Edgar Degas, Auguste Rodin, Marc Chagal, Fernand Léger, Egon Schiele e Wassily Kandinsky, entre muitos outros.

Não é a primeira vez que um leilão da Sotheby’s de arte impressionista e moderna atinge somas avultadas. Em Novembro, lembra a leiloeira, Nova Iorque fechou uma noite semelhante nos 368 milhões de euros. Diz a prestigiada leiloeira que, neste segmento do mercado da arte, é líder há quatro anos consecutivos, deixando para trás a sua mais poderosa concorrente, a Christie’s.