Varoufakis protesta com cobertura jornalística
Novo ministro das Finanças da Grécia diz que ficou surpreendido com “o poder dos media para distorcer”
Na entrevista, no programa Newsnight, depois de questionado se a Grécia não aceitaria o dinheiro que ainda tem a receber do programa de resgate da troika, disse que “os jornalistas adoram a linguagem da confrontação”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na entrevista, no programa Newsnight, depois de questionado se a Grécia não aceitaria o dinheiro que ainda tem a receber do programa de resgate da troika, disse que “os jornalistas adoram a linguagem da confrontação”.
O último post é precisamente sobre a entrevista. “Como fã da BBC, devo dizer que fiquei chocado com a falta de precisão do relato subjacente a essa entrevista (para não falar na falta de cortesia da apresentadora). Mesmo assim, e apesar do vento frio na varanda [onde estava a ser entrevistado], foi divertido!”, escreveu.
Durante a emissão, Varoufakis tinha-se já confessado admirador da estação britânica mas lamentado a “falta de precisão” do relato sobre a sua declaração de não pretender dialogar com a delegação da troika enviada a Atenas mas sim com a Europa. “Nunca disse que não estávamos interessados em discutir com os credores”, justificou. “Se me deixar falar em vez de me cortar a palavra de forma tão rude”, disse também.
No post anterior, o ministro tinha escrito que “o poder dos media para distorcer” o tinha voltado a surpreender. Referia-se a relatos sobre um alegado veto da Grécia a novas sanções da União Europeia à Rússia, assunto sobre o qual, garante, o novo executivo não tinha sido questionado nem se tinha pronunciado.
“A questão não é se nosso novo Governo concorda ou não com novas sanções à Rússia. A questão é se a nossa opinião pode ser dada como garantida, mesmo sem termos dito qual é.”
A concluir, Varoufakis, pergunta: “Podem os jornalistas do mundo inteiro tentar perceber a importante distinção entre protestar por não termos sido ouvidos e protestar pelas sanções em si. Ou isso é muito complicado?”