Wilder, uma revista que quer aproximar as pessoas da natureza
Nova publicação online sobre natureza procura cidadãos interessados no mundo natural que partilhem experiências.
“Gostava de criar uma publicação que entusiasmasse as pessoas em relação à natureza”, conta Helena Geraldes, coordenadora da nova revista e antiga jornalista do PÚBLICO, até 2012, onde também era responsável pelo canal Ecosfera no site. “A Wilder foi o projecto que surgiu depois de sair do PÚBLICO. Pensei: ‘Por que não criar um projecto sobre a natureza em Portugal?’ Actualmente não há nenhuma revista de nicho sobre esta questão.”
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“Gostava de criar uma publicação que entusiasmasse as pessoas em relação à natureza”, conta Helena Geraldes, coordenadora da nova revista e antiga jornalista do PÚBLICO, até 2012, onde também era responsável pelo canal Ecosfera no site. “A Wilder foi o projecto que surgiu depois de sair do PÚBLICO. Pensei: ‘Por que não criar um projecto sobre a natureza em Portugal?’ Actualmente não há nenhuma revista de nicho sobre esta questão.”
O núcleo central da publicação conta ainda com a jornalista Inês Sequeira, que também trabalhou no PÚBLICO até 2012, e agora escreve para a agência Lusa, e a jornalista multimédia Joana Bourgard, que esteve no mesmo jornal até 2014, altura em que foi para a Rádio Renascença. O projecto está a ser planeado há um ano. O conteúdo é de acesso livre e o site irá apostar na publicidade para gerar receitas.
A biodiversidade, a natureza nas cidades, a história natural ou a ciência feita com a colaboração dos cidadãos serão alguns dos temas que se podem encontrar na Wilder. Haverá ainda informação sobre o que se pode fazer no campo.
“O site terá noções básicas para as pessoas terem algumas referências no campo”, explica Helena Geraldes. “Grande parte do problema que existe com o mundo natural é que não reconhecemos momentos na natureza que nos dêem recompensas emocionais”, defende a jornalista de 37 anos.
Há ainda uma aposta na divulgação de cultura referente a este nicho, como o desenho científico, a fotografia científica ou livros sobre a natureza. Há informação actualizada sobre actividades relacionadas com a natureza em Portugal e uma secção onde o leitor tem um resumo das principais exposições dos grandes museus de história natural e ciência da Europa e dos Estados Unidos.
Aliás, um dos primeiros temas é uma entrevista a Stuart Hine, director do Centro para a Biodiversidade do Museu de História Natural de Londres, que explica que o centro está aberto a qualquer pessoa que tenha encontrado na natureza (ou no jardim de casa) uma aranha, uma borboleta ou outro insecto e queira identificar a espécie. “Sentamo-nos com essa pessoa e dizemos-lhe o que trouxe. Normalmente, são criaturas muito vulgares”, explica o especialista à Wilder. “É muito gratificante poder derrubar mitos e garantir que aquilo não vai comer as suas cortinas nem fazer mal aos filhos ou ao cão.”
A revista vai ter artigos novos todas as semanas, mas será marcada pelo ritmo das estações do ano, com propostas de actividades que estarão relacionadas com o que se pode fazer na natureza de acordo com as estações. Agora no Inverno, há um artigo sobre a vida selvagem que se pode observar em Lisboa.
Um objectivo da revista é ajudar a criar um grupo de cidadãos, interessados pelos temas da natureza, que se envolvam com a Wilder. “Motivar o entusiasmo pelo mundo natural é difícil e complexo para ser feito só com cientistas, jornalistas e ambientalistas. Tem de se gerar uma massa crítica”, diz Helena Geraldes.
Um exemplo são os correspondentes da publicação: “Amadores com gosto imenso pela natureza que registam o que estão a ver a dois passos de casa. Espero que outros sigam este registo e procurem as coisas naturais à sua volta.”