Se ao menos Johnny Depp se divertiu...

Fica-se com a sensação de que, entre o ecrã e a plateia, o único que se divertiu foi Johnny Depp; haja alguém.

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O Excêntrico Mortdecai

não parece ter outra função a cumprir que não a de oferecer a Depp mais um disfarce, mais uma cara: a de aristocrata inglês, falido e um pouco poltrão, embrenhado no submundo do tráfico de obras de arte. Até nos lembramos bastante de Sellers pelo ambiente inglês, e por uma certa exuberância “pop” que tanto remete para uma versão BD da

swinging London

como para o espírito de certas comédias dos anos 60, como as

Pink Panthers

do saudoso Blake Edwards.

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O Excêntrico Mortdecai

não parece ter outra função a cumprir que não a de oferecer a Depp mais um disfarce, mais uma cara: a de aristocrata inglês, falido e um pouco poltrão, embrenhado no submundo do tráfico de obras de arte. Até nos lembramos bastante de Sellers pelo ambiente inglês, e por uma certa exuberância “pop” que tanto remete para uma versão BD da

swinging London

como para o espírito de certas comédias dos anos 60, como as

Pink Panthers

do saudoso Blake Edwards.

Fica-se por aí, no entanto, já que O Excêntrico Mortdecai é obra bastante desconjuntada, e apesar da relativa opulência dos valores de produção e da quantidade de actores célebres (Gwyneth Paltrow, Ewen McGregor, Jeff Goldblume, Paul Bettany) tudo se resume ao número, elegantemente cabotino, de Depp. Umas piadolas, semi-snobes, à volta da “arte”, e mais umas graças, que pouco ultrapassam clichés vistos e revistos, sobre os ingleses vistos pelos americanos e vice-versa. E é basicamente tudo, que se vê com mais pena pelo desperdício do que propriamente com irritação. Acabada a projecção, fica-se com a sensação de que, entre o ecran e a plateia, o único que verdadeiramente se divertiu foi Johnny Depp. Haja alguém.