Legião estrangeira do Qatar faz história no Mundial de Andebol
Primeiro país asiático a qualificar-se para as meias-finais da prova.
A outra meia-final será disputada entre a campeã mundial Espanha e a campeã europeia e olímpica França. Os espanhóis precisaram de um golo de Joan Cañellas no último segundo para derrotar a Dinamarca (25-24) na reedição da final do último Mundial. Os franceses venceram mais facilmente a Eslovénia, por 32-23.
O Qatar ganhou no Pavilhão Multiusos de Lusail, depois de já ter atingido o intervalo na frente (18-14). Até esta quarta-feira, apenas dois países não europeus tinham conseguido atingir as meias-finais, o Egipto, em 2001, e a Tunísia, em 2005. Mas ao contrário do que aconteceu com estas selecções africanas, o percurso qatari tem originado algum debate, dado o forte peso de jogadores naturalizados na equipa.
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A outra meia-final será disputada entre a campeã mundial Espanha e a campeã europeia e olímpica França. Os espanhóis precisaram de um golo de Joan Cañellas no último segundo para derrotar a Dinamarca (25-24) na reedição da final do último Mundial. Os franceses venceram mais facilmente a Eslovénia, por 32-23.
O Qatar ganhou no Pavilhão Multiusos de Lusail, depois de já ter atingido o intervalo na frente (18-14). Até esta quarta-feira, apenas dois países não europeus tinham conseguido atingir as meias-finais, o Egipto, em 2001, e a Tunísia, em 2005. Mas ao contrário do que aconteceu com estas selecções africanas, o percurso qatari tem originado algum debate, dado o forte peso de jogadores naturalizados na equipa.
Dos 17 jogadores utilizados pelo espanhol Valero Rivera, seleccionador que liderou a Espanha até ao título mundial na edição anterior, dez são de origem estrangeira. A sua influência é indesmentível. Todos os golos apontados à Alemanha foram da autoria de atletas naturalizados, com destaque para os oito de Rafael Capote (Cuba), os seis de Zarko Markovic (Montenegro) e os quatro de Borja Vidal (Espanha).
Importante foi também o contributo de Danijel Saric, com dez defesas em 31 remates. Para o guarda-redes do Barcelona, que nunca viveu no Qatar, esta é a terceira selecção que representa, depois de já ter defendido as cores da Sérvia e Montenegro e da Bósnia-Herzegovina. Para Bertrand Roiné, o Mundial não é uma novidade. Em 2011, venceu a competição ao serviço da França. O Qatar tem ainda a vantagem de os seus jogadores, à excepção de Saric, treinarem juntos desde Agosto.
Além, obviamente, da nacionalidade, o único requisito que a Federação Internacional de Andebol impõe para um jogador representar uma selecção é não ter jogado por outra nos últimos três anos.
Antes, a melhor participação de uma selecção asiática num Mundial pertencia à Coreia do Sul, que em 1997, liderada pelo grande marcador de golos Kyung-Shin Yoon, terminou em 8.º. No duelo entre Qatar e Polónia não há favorito à partida. Se a nação anfitriã vencer, assistir-se-á à primeira final sem duas selecções europeias - quando Egipto e Tunísia se apuraram para as meias-finais, acabaram por terminar no quarto lugar.
Segunda em 2007 e terceira em 2009, a Polónia volta a ter uma oportunidade para estrear-se na lista de vencedores da prova, depois de deixar pelo caminho em Doha a Croácia, uma das grandes candidatas e que conquistou a medalha de bronze há dois anos.
A Espanha pode chegar ao terceiro título e a França ao quinto.