Swaps acumulam risco de 1830 milhões até Setembro
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Os 40 derivados que existem além dos comercializados pelo Santander acumulavam um risco de prejuízo de 477,9 milhões de euros, estando as maiores perdas potenciais concentradas na Parpública (209,3 milhões) e na Metro de Lisboa (100,5).
No que diz respeito à holding que gere as participações do Estado, os derivados foram herdados do consórcio privado Elos, ao qual tinha sido adjudicada a obra do TGV. O abandono do projecto levou o Estado a negociar a transferência de um pacote de financiamento do consórcio para a Parpública, que tinha quatro swaps associados. O Governo argumentou que, apesar do risco que estes contratos representavam, as condições do empréstimo eram suficientemente vantajosas para justificar a operação.
Relativamente ao Santander, o banco interpôs em 2013 um processo contra o Estado para atestar a validade dos swaps que vendeu, depois de, ao contrário do que aconteceu com outras instituições financeiras, não ter chegado a acordo com o executivo sobre o cancelamento antecipado dos contratos. O Governo defende que os derivados comercializados pelo banco são especulativos e pretendia uma redução substancial das perdas potenciais que acumulavam. Desde o final desse ano que as quatro empresas com swaps do Santander suspenderam o pagamento dos cupões associados aos contratos.