Treze mortos em manifestações a lembrar a revolução egípcia de 2011
Governo de Sisi reforçou a segurança nas principais cidades e fechou os locais mais emblemáticos, como a praça Tahrir, no Cairo.
No Cairo, 11 manifestantes islamistas e um polícia morreram em confrontos. Um outro manifestante morreu em Alexandria, segundo apurou a AFP junto do ministério egípcio da Saúde.
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No Cairo, 11 manifestantes islamistas e um polícia morreram em confrontos. Um outro manifestante morreu em Alexandria, segundo apurou a AFP junto do ministério egípcio da Saúde.
A manifestação-protesto islamista foi marcada para assinalar o quarto aniversário da revolução egípcia que pôs fim ao regime autocrático de mais de 30 anos de Mubarak mas sobretudo para protestar com os desenvolvimentos políticos que se seguiram à revolta de 2011.
Após a deposição de Mubarak, a população deu a vitória nas eleições à Irmandade Muçulmana, mas o novo Presidente, Mohamed Morsi, eleito em Junho de 2012, foi deposto num golpe militar um ano depois e toda a liderança da Irmandade foi presa. O líder do golpe, Abdel Fattah el-Sisi, assumiu o poder que legitimou em eleições no ano passado (que ganhou com 90% dos votos). Sisi é acusado de ter instaurado um regime tão ou mais autoritário do que o antigo regime, reprimindo a oposição, tanto a islamista como a laica.
Nas vésperas do aniversário da revolta, a segurança foi reforçada nas principais cidades do país e sobretudo no Cairo, com a praça Tahrir e outros locais emblemáticos a ser interditada; a praça estava guardada por carros blindados.
No centro da capital, a polícia disparou gás lacrimogéneo e balas reais contar os vários grupos de manifestantes. Além dos islamistas, saíram à rua em protesto outros cidadãos (várias centenas, segundo os media internacionais com correspondentes no Cairo, que tentaram entrar na praça Tharir, o coração da revolta de 2011) que gritaram palavras de ordem contra os islamistas e contra Sisi e o novo Governo.
No sábado, uma política da oposição, Shaimaa El-Sabagh, foi morta em confrontos com a polícia durante uma marcha realizada no Cairo e organizada pela Aliança Popular. No ano passado, na mesma data, dezenas de pessoas também morreram quando participavam em manifestações que foram reprimidas pela polícia.