Produção de vinho estável em Portugal e em queda livre na Europa

Regiões do Centro e do Norte com quebras, que acabaram por ser compensadas no Sul.

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Exportações em garrafa estão a aumentar PÚBLICO/arquivo

A vindima de 2014 acabou por ser menos dolorosa do que faziam crer as previsões avançadas no Verão pelo IVV e pelas regiões demarcadas. Nessa altura, os dados apontavam para quebras quase generalizadas nas principais áreas de produção, o que acabou por não se verificar em algumas delas.

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A vindima de 2014 acabou por ser menos dolorosa do que faziam crer as previsões avançadas no Verão pelo IVV e pelas regiões demarcadas. Nessa altura, os dados apontavam para quebras quase generalizadas nas principais áreas de produção, o que acabou por não se verificar em algumas delas.

Um olhar nacional pelos resultados da campanha permite, no entanto, perceber que o ano foi mau no Norte, com doenças e mau tempo a afectarem o desenvolvimento das uvas e a colheita, mas este cenário acabou por ser compensado no Sul, com algumas regiões a apresentarem crescimentos robustos, como é o caso da península de Setúbal (+22%).

Globalmente, no Centro e no Norte do país, a produção caiu cerca de 10%, com o Minho a apresentar o maior recuo (14%), seguido do Douro, onde a colheita caiu cerca de 8%. No Sul, verifica-se um aumento de produção de cerca de 9%, com a península de Setúbal a liderar destacadamente os ganhos, seguida do Tejo (mais 17%) e do Alentejo (mais 9%).

Nas regiões do Sul, o facto de não ter havido chuva significativa no período das vindimas, como aconteceu no Centro e no Norte, acabou por pesar no resultado final obtido.

O nível de produção alcançado é fundamental para manter os stocks nacionais e garantir os níveis de exportação, aproveitando as dificuldades que alguns dos maiores produtores europeus irão enfrentar. No ano passado, até Setembro, Portugal exportou cerca de 1,6 milhões de hectolitros de vinho, o que representa um recuo de cerca de 9% face ao período homólogo de 2013. Mas o valor apurado aumentou, embora de forma ligeira (0,3%), o que significa que o valor cobrado por litro teve um incremento significativo.

As exportações portuguesas de vinho renderam, nos três primeiros trimestres, cerca de 502 milhões de euros, dos quais 466 milhões são atribuíveis a vinho engarrafado.