Uma associação para proteger e divulgar a obra de Ângelo de Sousa
Está já agendada para 2017 uma exposição no Centro Gulbenkian de Paris, mas que pode ser precedida de outra mostra em Portugal.
São estas as personalidades que vão ficar à frente do Núcleo de Estudos Ângelo de Sousa (NEÂdS), o pintor e escultor desaparecido em 2011.
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São estas as personalidades que vão ficar à frente do Núcleo de Estudos Ângelo de Sousa (NEÂdS), o pintor e escultor desaparecido em 2011.
Constituído formalmente em Julho de 2014, o NEÂdS é uma associação que vai ter esta sexta-feira a sua primeira assembleia-geral, na Biblioteca de Serralves, instituição que, com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), integra o núcleo original de fundadores – onde estão também, a título pessoal, figuras como Artur Santos Silva, presidente da Gulbenkian, o arquitecto Eduardo Souto de Moura, o actor João Perry, ou o fotógrafo Jorge Molder.
“São pessoas escolhidas a dedo, pelas relações pessoais de amizade, e/ou institucionais, que tiveram com o meu pai e com a sua obra”, justifica ao Ípsilon Miguel de Sousa, fazendo notar, por exemplo, que Jorge Molder está neste grupo inicial de uma vintena de personalidades não como artista – “se não, teria de haver muitos mais” –, mas “como amigo e ex-director do CAM da Gulbenkian”.
O programa do NEÂdS aponta para a salvaguarda, catalogação, restauro, promoção e divulgação da obra artística de Ângelo de Sousa (Maputo, Moçambique, 1938-Porto, 2011) tanto nacional como internacionalmente. Com esse objectivo, foi já criado um domínio na Internet – www.angelodesousa.com –, à espera de desenvolvimento, e está já agendada para 2017 uma exposição no Centro Gulbenkian de Paris, mas que pode ser precedida de outra mostra em Portugal, “mas sem a preocupação de fazer qualquer antológica ou retrospectiva, antes de ‘analisar ao microscópio’ aspectos da criação do artista”, diz Miguel de Sousa. E acrescenta que estão também em curso trabalhos académicos de investigação sobre a obra do pai, um deles na FCT/UNL, instituição que considera “a melhor posicionada para o trabalho de conservação e restauro” das peças que dele necessitarem.
Pintura, desenho, escultura, cinema, em centenas de peças e títulos, e ainda fotografia – “há mais de cem mil imagens”, realça Miguel de Sousa – constituem o espólio de Ângelo de Sousa e o património que justifica a criação do NEÂdS, que deverá ter como sede a antiga residência e atelier do artista na Foz portuense.