OIT avisa que o desemprego não vai parar de aumentar
Em 2019, mais de 212 milhões de pessoas não vão ter emprego, estima a Organização Internacional do Trabalho.
“A crise financeira destruiu 61 milhões de postos de trabalho desde 2008 e as nossas estimativas mostram que o desemprego vai continuar a crescer até ao final da década. Isto significa que a crise no emprego está longe de terminar e não há tempo para complacências”, afirmou Guy Ryder, director-geral da OIT.
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“A crise financeira destruiu 61 milhões de postos de trabalho desde 2008 e as nossas estimativas mostram que o desemprego vai continuar a crescer até ao final da década. Isto significa que a crise no emprego está longe de terminar e não há tempo para complacências”, afirmou Guy Ryder, director-geral da OIT.
No relatório World Employment and Social Outlook, divulgado na véspera do arranque do Fórum de Davos, a organização sedeada em Genebra diz que actualmente há 201 milhões de pessoas no desemprego. A situação melhorou nos Estados Unidos e no Japão, mas permanece difícil noutras economias avançadas, sobretudo na Europa. Em Portugal, a taxa de desemprego (ajustada de sazonalidade) situou-se nos 13,9% em Novembro, segundo o INE. São 713,7 mil pessoas sem trabalho, mais 2,5% em comparação com Outubro.
As previsões da OIT para Portugal apontam para uma descida do emprego em 2019, para 10,11%.
“Pior para as mulheres”
Os mais jovens, entre os 15 e os 24 anos, são os mais afectados e a taxa de desemprego nesta população é de quase 13%, na média mundial, esperando-se “um aumento nos próximos anos”. Mais de 34% dos desempregados são da classe média, fenómeno que tem crescido nos países emergentes e mais pobres.
“A boa notícia é que o número de trabalhadores em situação precária caiu em todo o mundo. Contudo, não é aceitável que quase metade da população activa ainda não tenha acesso a condições básicas e a um emprego decente. E o problema é ainda pior para as mulheres”, sublinhou Guy Ryder.
As acentuadas “e crescentes” desigualdades e o clima de incerteza têm impedido a recuperação económica. Com salários mais baixos, há menos consumo e, em consequência, menos investimento. “Isto tem, obviamente, impacto negativo no crescimento. A desigualdade salarial em algumas economias avançadas atinge agora níveis que observamos em economias emergentes. Ao mesmo tempo, nestes países observamos progressos na redução das desigualdades”, continuou o director-geral da OIT.
Nesta segunda-feira, a Oxfam também alertou para este problema, prevendo que em 2016 metade da riqueza mundial estará nas mãos de apenas 1% da população. O fosso entre pobres e ricos está a acentuar-se.