Dormidas nos hotéis crescem três vezes mais em Portugal que em Espanha
Hotelaria volta a registar números recorde nas dormidas, que, entre Janeiro e Novembro de 2014, superaram as de todo o ano anterior.
O país vizinho é um dos principais destinos turísticos do mundo e, no ano passado, recebeu nos seus hotéis 82,6 milhões de hóspedes, valor quase seis vezes superior ao de Portugal. Tem, contudo, níveis homólogos de crescimento menos expressivos tendo em conta, também, a maturidade do seu mercado.
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O país vizinho é um dos principais destinos turísticos do mundo e, no ano passado, recebeu nos seus hotéis 82,6 milhões de hóspedes, valor quase seis vezes superior ao de Portugal. Tem, contudo, níveis homólogos de crescimento menos expressivos tendo em conta, também, a maturidade do seu mercado.
Ontem, o INE divulgou os dados mais recentes sobre a actividade da hotelaria nacional que confirmam o cenário de evolução positiva do sector. O número de dormidas registadas entre Janeiro e Novembro de 2014 já ultrapassou o valor alcançado no ano completo de 2013, que foi de 41,5 milhões. O total de dormidas efectuadas no ano passado pelos turistas nacionais e estrangeiros atingiu também o valor mais alto dos últimos nove anos.
"Estes dados confirmam que estamos a ganhar quota de mercado a Espanha e que o crescimento do turismo em Portugal também tem como causa o esforço dos empresários e do sector turístico português. Não se trata de um fenómeno global do qual estamos a ganhar uma quota-parte, é antes o resultado do trabalho do sector privado, individualmente ou nas agências de promoção turística, que tem conseguido concorrer a uma escala mundial”, comenta Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo.
Em 2014, as receitas deverão superar os dez mil milhões de euros, crescendo acima das dormidas. Significa que por cada dormida o preço é maior, destaca o responsável, acrescentando que este é um sinal “da maior qualificação do destino turístico”.
A Secretaria de Estado do Turismo diz ainda que, até Setembro, o número de dormidas em Portugal crescia mais de 15%, enquanto Espanha evoluía menos de 5% “e o conjunto dos países da Europa Mediterrânica [Portugal Espanha, França, Itália, Croácia e Grécia] pouco mais de 2%”. “Estamos a crescer muito nos nossos mercados tradicionais, o que significa que conseguimos atrair ainda mais turistas”, continua Adolfo Mesquita Nunes.
Ainda não há dados disponíveis para o mês de Dezembro, mas é certo que em 2014 o turismo deverá voltar a bater novos recordes, com crescimento global de dois dígitos. Esta evolução positiva começou a partir de 2010, ano em que o INE registava 37,3 milhões de dormidas. Desde então, as dormidas têm crescido consecutivamente.
Analisando apenas os dados do mês de Novembro, as dormidas fixaram-se nos 2,4 milhões, mais 11,4% face ao mesmo mês de 2013. Contudo, face a Outubro, há um recuo de 2,5 pontos percentuais, motivado pelos turistas nacionais que aumentaram as dormidas em 5,9%, em menor escala do que no mês anterior (em Outubro houve aumentos de 12,5%). O INE sublinha que “no mês de Novembro já não se verificaram as condições meteorológicas excepcionais que ocorreram no mês precedente”.
Também houve subidas menos acentuadas entre os turistas estrangeiros: passaram de um crescimento de 14,4% em Outubro para 13,9% em Novembro. Ainda assim, as dormidas de não residentes chegaram aos 1,6 milhões, crescendo mais do que em todos os meses do ano, com excepção de Abril, “mês com Páscoa desfasada do ano anterior”, refere o instituto de estatísticas.
Quanto aos principais clientes, houve crescimentos em todos, menos Espanha. Foi, aliás, o único dos mercados emissores a “apresentar redução da procura – menos 9% - após um período alargado de resultados positivos (mais 19,8% em Outubro, mais 9,9% em Setembro e mais 12,4% em Agosto). Ainda assim, analisando os onze meses de 2014, o mercado espanhol cresceu no total 14,6%.
Em Novembro, os hotéis registaram mais turistas do Reino Unido, Alemanha e França, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O indicador sobre as dormidas divulgado pelo INE refere-se à permanência de um indivíduo numa unidade de alojamento entre as 12 horas de um dia e as 12 horas do dia seguinte.