China cresce ao nível mais baixo em 24 anos
Banco Central poderá ser obrigado a intervir para abrir canais de crédito à economia.
Para um país onde o cumprimento das metas é considerado um elemento fundamental da acção política, o dado mais inquietante é que o nível de crescimento do produto interno bruto (PIB) ficou abaixo, embora de uma forma muito marginal, do que eram as previsões oficiais (7,5%). Para os economistas, o facto mais saliente será o de que o andamento da economia foi mais débil no último trimestre do ano, o que poderá obrigar a administração a avançar com medidas de estímulo, eventualmente, no curto prazo.
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Para um país onde o cumprimento das metas é considerado um elemento fundamental da acção política, o dado mais inquietante é que o nível de crescimento do produto interno bruto (PIB) ficou abaixo, embora de uma forma muito marginal, do que eram as previsões oficiais (7,5%). Para os economistas, o facto mais saliente será o de que o andamento da economia foi mais débil no último trimestre do ano, o que poderá obrigar a administração a avançar com medidas de estímulo, eventualmente, no curto prazo.
O Fundo Monetário Internacional, nas previsões que avançou esta terça-feira para a economia mundial, estima que a China cresça este ano 6,8%, em queda face ao ano anterior e também face à previsão que a organização tinha avançado em Outubro de 2014.
Apesar de o mês de Dezembro do ano passado evidenciar crescimentos sólidos na produção industrial e no consumo interno, também revela uma quebra dos valores do investimento em activos, que caiu para um mínimo de 13 anos, e do investimento em construção, um sector que tem sido fundamental no desempenho da segunda maior economia do mundo e que também apresentou o valor mínimo dos últimos cinco anos.
Mas os analistas destacam que este conjunto de desenvolvimentos está enquadrado num cenário de baixa inflação, que tem a ver com o recuo nos preços da energia, com a sobrecapacidade industrial instalada e a debilidade da procura interna. E apostam que o governo poderá ter que recorrer a artilharia pesada para contrariar este quadro, apesar de o crescimento do PIB ter superado, de forma muito ligeira aquilo que eram as previsões dos economistas consultados pela agência Reuters.
O receio de um cenário de deflação é, neste momento, um elemento-chave na China. Daí que se acredite que o banco central poderá ser chamado a intervir, embora seja ainda difícil prever que tipo de munições irá utilizar. Injectar dinheiro na economia é uma hipótese real, mas há quem considere que, numa primeira fase, a ideia passe por baixar o rácio de reservas exigido aos bancos, o que libertaria capital que poderia ser canalizado para a economia.
As declarações oficiais a propósito dos dados avançados esta terça-feira não permitem prever que movimentos irão seguir-se. “A economia está a manter um firme desempenho dentro da nova normalidade, com positivas tendências de estável crescimento, estrutura optimizada, qualidade aperfeiçoada e melhor apoio social”, disse o director do Gabinete Nacional de Estatísticas da China, Ma Jiantang.