Os Óscares continuam demasiado brancos?

Presidente da Academia, a afro-americana Cheryl Boone Isaacs, defende maior diversidade racial na instituição. Membros da Academia são, na esmagadora maioria, homens e brancos.

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Uma indústria representada por homens brancos Alberto E. Rodriguez/Getty Images/AFP

Isaacs, que é a primeira afro-americana presidente da Academia, salientou, no entanto, que esta instituição tem “conseguido avanços” no caminho para uma maior diversidade, e que está empenhada em garanti-la. Mas acrescentou que esse não pode ser apenas um esforço da Academia, e que tem que ser acompanhado pela indústria cinematográfica norte-americana.

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Isaacs, que é a primeira afro-americana presidente da Academia, salientou, no entanto, que esta instituição tem “conseguido avanços” no caminho para uma maior diversidade, e que está empenhada em garanti-la. Mas acrescentou que esse não pode ser apenas um esforço da Academia, e que tem que ser acompanhado pela indústria cinematográfica norte-americana.

A polémica não é nova, vem de anos anteriores, e instalou-se novamente logo após o anúncio dos filmes e actores nomeados, na quinta-feira: os 20 concorrentes nas principais categorias de representação são brancos, e nas categorias de realização e argumento não figuram mulheres. As reacções não se fizeram esperar, e no Twitter surgiu mesmo a hashtag #OscarsSoWhite. Um dos aspectos mais salientados foi a ausência na lista dos seleccionados da realizadora negra Ava DuVernay e do actor negro David Oyelowo, apesar do seu filme, Selma, uma biografia de Martin Luther King, estar nomeado para Melhor Filme, e ter sido considerado "melhor filme do ano" pelo site agregador de críticas Rotten Tomatoes. "Selma é um filme excelente que sem dúvida se representou e realizou sozinho magnificamente", ironizou o actor Joshua Malina. 

Os candidatos aos Óscares são escolhidos pela Academia, por isso as críticas estão a ser-lhe dirigidas. “Nos últimos dois anos fizemos avanços maiores do que nunca no caminho para nos tornarmos uma organização com maior diversidade e mais inclusiva, através da admissão de novos membros”, sublinhou Cheryl Boone Isaacs.

A Academia é composta por 6028 membros e, segundo um artigo publicado em Dezembro de 2013 pelo jornal Los Angeles Times, a grande maioria (93%) são brancos. Apesar dos recentes esforços para a tornar mais diversificada que são referidos por Isaacs, os convites para a entrada de novos membros ainda não foram suficientes para que a instituição ficasse um pouco “menos branca”. De acordo com o jornal, de 2012 para 2013, a percentagem de brancos tinha diminuído em apenas 1%. A mesma análise indica que 76% destes membros são homens, e em 2013 tinham uma média de idades de 63 anos.