Alzheimer dá prémio europeu a investigadora portuguesa
Rita Guerreiro trabalha na University College London e vai receber dez mil euros. Não pensa regressar a Portugal
A cientista foi seleccionada pelo seu trabalho sobre as mutações do gene TREM2, indicado como possível factor de risco da Doença de Alzheimer e de outras doenças degenerativas como a demência fronto-temporal.
A votação foi feita por um comité científico europeu, tendo o prémio um valor de dez mil euros - montante que pretende “apoiar e encorajar um jovem investigador que tenha projetos de investigação prometedores”, de acordo com a página da Internet da associação. “É sempre dinheiro essencial para conseguirmos manter o laboratório a funcionar e vai ser essencial para conseguirmos continuar os estudos que temos estado a desenvolver”, explica a investigadora de 34 anos, acrescentando que o laboratório continua a “estudar famílias com doenças raras”. Trata-se do laboratório Guerreiro-Bras, chefiado por Rita Guerreiro e pelo marido José Miguel Brás, e que faz parte do departamento de Neurociência Molecular do Instituto de Neurologia da University College London. A investigadora fez questão de sublinhar que “é um prémio que reflecte todo o trabalho de uma equipa” nos últimos dez anos, “Vem reconhecer o trabalho que temos desenvolvido nestes últimos tempos e é também uma motivação muito grande para o futuro. É um prémio que foi atribuído, por votação, por outros investigadores e, portanto, é um reconhecimento pela comunidade científica internacional”, comenta. “É muito gratificante vermos que uma descoberta que fizemos - que não está tão directamente associada com o doente mas que claramente levou a um melhor conhecimento da doença - está neste momento a fazer com que haja investigação mais aplicada, principalmente em termos de fármacos que se estão a basear nestas descobertas”.
Rita Guerreiro saiu de Portugal em 2006 e não pensa regressar porque trabalhar “na mesma área será muito difícil”, ainda que gostasse “muito”.
“Os apoios à ciência são cada vez menores e para fazer trabalhos deste género é necessário um investimento muito grande, os projectos são muito caros, manter um laboratório custa muito dinheiro - especialmente na área da genética - e é necessário estar ligado a grupos e a instituições com uma grande capacidade financeira. Eu diria que seria quase impossível fazer o mesmo tipo de trabalho em Portugal”, conclui a cientista.
O prémio ser-lhe-á entregue a 19 de Janeiro, numa gala na sala Olympia, em Paris.
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A cientista foi seleccionada pelo seu trabalho sobre as mutações do gene TREM2, indicado como possível factor de risco da Doença de Alzheimer e de outras doenças degenerativas como a demência fronto-temporal.
A votação foi feita por um comité científico europeu, tendo o prémio um valor de dez mil euros - montante que pretende “apoiar e encorajar um jovem investigador que tenha projetos de investigação prometedores”, de acordo com a página da Internet da associação. “É sempre dinheiro essencial para conseguirmos manter o laboratório a funcionar e vai ser essencial para conseguirmos continuar os estudos que temos estado a desenvolver”, explica a investigadora de 34 anos, acrescentando que o laboratório continua a “estudar famílias com doenças raras”. Trata-se do laboratório Guerreiro-Bras, chefiado por Rita Guerreiro e pelo marido José Miguel Brás, e que faz parte do departamento de Neurociência Molecular do Instituto de Neurologia da University College London. A investigadora fez questão de sublinhar que “é um prémio que reflecte todo o trabalho de uma equipa” nos últimos dez anos, “Vem reconhecer o trabalho que temos desenvolvido nestes últimos tempos e é também uma motivação muito grande para o futuro. É um prémio que foi atribuído, por votação, por outros investigadores e, portanto, é um reconhecimento pela comunidade científica internacional”, comenta. “É muito gratificante vermos que uma descoberta que fizemos - que não está tão directamente associada com o doente mas que claramente levou a um melhor conhecimento da doença - está neste momento a fazer com que haja investigação mais aplicada, principalmente em termos de fármacos que se estão a basear nestas descobertas”.
Rita Guerreiro saiu de Portugal em 2006 e não pensa regressar porque trabalhar “na mesma área será muito difícil”, ainda que gostasse “muito”.
“Os apoios à ciência são cada vez menores e para fazer trabalhos deste género é necessário um investimento muito grande, os projectos são muito caros, manter um laboratório custa muito dinheiro - especialmente na área da genética - e é necessário estar ligado a grupos e a instituições com uma grande capacidade financeira. Eu diria que seria quase impossível fazer o mesmo tipo de trabalho em Portugal”, conclui a cientista.
O prémio ser-lhe-á entregue a 19 de Janeiro, numa gala na sala Olympia, em Paris.