Espera de três horas nas urgências não matou paciente, assegura hospital

“Agravamento súbito de doença com vários dias de evolução tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”, refere administração do Garcia de Orta, em Almada.

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JOAO CORTESAO/arquivo

Segundo um comunicado da administração da unidade hospitalar, o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, “e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”. O hospital assegura terem sido prestados todos os cuidados que numa situação deste tipo são considerados adequados.  “O tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma”, frisa o conselho de administração, que diz lamentar profundamente o sucedido.

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Segundo um comunicado da administração da unidade hospitalar, o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, “e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”. O hospital assegura terem sido prestados todos os cuidados que numa situação deste tipo são considerados adequados.  “O tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma”, frisa o conselho de administração, que diz lamentar profundamente o sucedido.

O resultado do inquérito foi, mesmo assim, enviado ao Ministério Público,  bem como à Inspecção-Geral de Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde, à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros, entidades com competências judiciais, no primeiro caso, e inspectivas, nos restantes.

Foi a quinta morte nas urgências em apenas três semanas que levantou suspeitas de falta de assistência médica atempada. O homem de 60 anos passou pela triagem, onde recebeu uma pulseira amarela, acabando  por morrer com um enfarte. O caso foi denunciado pela Ordem dos Médicos. As mortes de uma mulher de 79 anos e de três homens de 57, 77 e de 80 anos nos hospitais de Setúbal, Peniche, Santa Maria da Feira e São José também foram alvo de investigação.  O PÚBLICO tentou saber o resultado destas diligências em S. José, onde a seguir ao Natal um octogenário terá estado seis horas à espera de ser atendido, após o que foi encontrado morto numa maca pelo filho. Mas não obteve qualquer resposta por parte da unidade hospitalar.