Numa década, cinco milhões de espectadores desapareceram dos cinemas portugueses
2014 foi, tal como o previsto, o pior dos últimos 11 anos em receitas e afluência de espectadores. Venderam-se 12 milhões de bilhetes. E os portugueses viram sobretudo The Hunger Games e Os Maias.
O ano passado tornou-se assim no pior dos últimos 11 anos com receitas de 62,7 milhões de euros – mais uma quebra, desta feita no valor de 2,8 milhões de euros que já não entraram nas bilheteiras em comparação com 2013. A alteração dos hábitos de consumo audiovisual, as novas tecnologias, a pirataria, os preços dos bilhetes e a distribuição geográfica das salas têm sido factores apontados para explicar este declínio.
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O ano passado tornou-se assim no pior dos últimos 11 anos com receitas de 62,7 milhões de euros – mais uma quebra, desta feita no valor de 2,8 milhões de euros que já não entraram nas bilheteiras em comparação com 2013. A alteração dos hábitos de consumo audiovisual, as novas tecnologias, a pirataria, os preços dos bilhetes e a distribuição geográfica das salas têm sido factores apontados para explicar este declínio.
O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) revelou esta sexta-feira os dados provisórios da distribuição e exibição cinematográfica em Portugal sobre o ano em que o filme mais visto foi The Hunger Games: A Revolta – Parte 1 (mais de 344 mil espectadores, 1,8 milhões de euros de receitas brutas de bilheteira), com Lucy em segundo lugar e a quebrar o domínio juvenil ou de sequelas do top 5, seguido de Os Pinguins de Madagáscar, O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos e Rio 2.
Com Os Maias – Cenas da Vida Romântica a confirmar-se como o filme português mais visto (114.817 espectadores e cerca de 568 mil euros de receita de bilheteira), seguido por Virados do Avesso e Os Gatos não Têm Vertigens, em 2014 produziram-se 27 filmes (13 longas e 14 curtas) com o apoio do ICA, informa o organismo, que assinala “um ligeiro aumento em relação às obras produzidas face ao ano anterior”. Mas que é parco em comparação com números que ao longo dos últimos dez anos nunca desceram de uma média de 49 produções e que já em 2013 resvalaram para as 23, na esteira do chamado ano zero do cinema português, assim apelidado por não terem sido abertos concursos de apoio à produção.
2014 foi também o ano em que a NOS (antiga ZON) continuou intocável na sua liderança no mercado – embora tenha também perdido receitas (menos 7% para os 7,2 milhões de euros), é o maior exibidor português com uma quota de mercado de 61,6% contra os 63,2% de 2013. A britânica UCI é o segundo maior exibidor, reforçando a sua posição com 12,3% do mercado contra 12,9% em 2014. A brasileira Cineplace, que entrou no mercado português depois da insolvência da Socorama ocupando muitos dos espaços explorados pela empresa portuguesa (como as salas em muitos shoppings da Sonae), tem agora o terceiro lugar em Portugal com 8,7% de quota.