Sebastião Salgado regressa a Portugal com Génesis
Exposição daquele que é um dos mais importantes fotógrafos vivos ensaia uma aproximação às origens do planeta. Fotógrafo brasileiro levou oito anos a concretizar projecto, do qual também faz parte um livro e um documentário.
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Na promoção deste trabalho, o fotógrafo brasileiro não se tem cansado de dizer que o resultado destes oito anos de viagens por mais de três dezenas de destinos pode ser comparado a uma longa “carta de amor ao planeta”. Para além da descoberta de lugares que permanecem intocados ou que são pouco conhecidos, a jornada levada a cabo com Génesis significou também uma reconciliação de Salgado para com a arte que decidiu abraçar quando já tinha ultrapassado a casa dos 30 anos. Isto porque, depois de Migrações, Sebastião Salgado ponderou abandonar a fotografia, chocado com as condições de vida de muitos povos e com o número de mortes que viu à sua frente, especialmente no Ruanda. A ideia de captar a Natureza e a relação do Homem com ela no seu estado mais puro motivou-o de novo e deu-lhe a energia para levar a cabo a epopeia de Génesis, que mostra animais em liberdade, vulcões, icebergs, selvas, desertos e comunidades quase desconhecidas desde o Amazonas à Nova Guiné.
Para além desta exposição, o projecto Génesis já deu origem a um livro (com a chancela da Taschen) e a um documentário, O Sal da Terra, realizado por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (filho de Sebastião), que estrou mundialmente no último Festival de Cannes, onde recebeu uma Menção Especial do Júri da secção Un Certain Regard. Em Portugal, o filme será estreado pela Midas no dia 9 de Abril.
A exposição Génesis em Lisboa (co-produzida pela Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e a Terra Esplêndida) significa o fim de uma ausência de 15 anos de exposições do fotógrafo em Portugal, depois da inauguração de Migrações em 2000.