Angoulême cria prémio Charlie da liberdade de expressão

Bill Waterson desenha o cartaz da 42.ª edição do festival, mas o Charlie Hebdo vai ser a grande imagem do evento.

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A próxima primeira página do Charlie Hebdo

A 42.ª edição arranca dia 29 e prolonga-se até 1 de Fevereiro com um cartaz desenhado por Bill “Calvin e Hobbes” Waterson, que deveria também presidir ao evento, depois de ter vencido no ano passado o Grande Prémio do festival mas que anunciou que vai respeitar a sua tradição da discrição e não estará presente. Georges Wolinski, Grande Prémio de Angoulême 2005, vai ser recordado com Cabu, Tignous, Charb e Honoré através do novo galardão, criado dia 8 numa reunião de urgência na sequência do ataque à redacção do Charlie Hebdo.

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A 42.ª edição arranca dia 29 e prolonga-se até 1 de Fevereiro com um cartaz desenhado por Bill “Calvin e Hobbes” Waterson, que deveria também presidir ao evento, depois de ter vencido no ano passado o Grande Prémio do festival mas que anunciou que vai respeitar a sua tradição da discrição e não estará presente. Georges Wolinski, Grande Prémio de Angoulême 2005, vai ser recordado com Cabu, Tignous, Charb e Honoré através do novo galardão, criado dia 8 numa reunião de urgência na sequência do ataque à redacção do Charlie Hebdo.

O prémio, segundo o Le Monde, deve ser entregue anualmente a um desenhador de imprensa ou de banda-desenhada que se tenha visto impedido de exercer a sua profissão em liberdade plena. E tem data de validade. “Este prémio deve deixar de ser atribuído no dia em que todos os ilustradores do mundo se possam expressar livremente”, segundo o director-geral do festival, Franck Bondoux. Na cidade francesa, haverá também tempo e espaço para recordar o trabalho dos desenhadores caídos. “A edição de 2015 será tempo de memória, de resistência, de debate sobre a liberdade de expressão, e de reagrupamento”, disse à AFP.

Plantu, célebre cartoonista do Le Monde, vai criar o cenário para um “concerto desenhado” de Areski Belkacem, que reunirá desenhadores de todo o mundo. Mesas redondas sobre a liberdade de imprensa, as melhores capas do Charlie Hebdo e concursos em torno das criações dos desenhadores mortos pelos irmãos Chérif e Said Kouachi vão marcar o 42.º Festival de Angoulême, cuja cerimónia de encerramento também homenageará o jornal. Também serão expostos os resultados – centenas – do apelo lançado pelo festival no Facebook por ilustrações e trabalhos na esteira do massacre de Paris.

A programação do festival não foi alterada, apenas revista e aumentada. Continuam previstas as mostras dedicadas a Jack Kirby, a Calvin & Hobbes, uma monográfica do japonês Jirô Taniguchi, um mergulho 3D na obra de Matthias Picard com Curious Jim (também em foco na última edição do AmadoraBD), uma exposição dedicada às visões sobre os bluesmen na BD, os cenários de Fabien Nury, os 35 anos de criação de Alex Barbier e vários espaços e mostras para crianças. Todos os anos passam por Angoulême cerca de 200 mil pessoas.