Redução americana na Base das Lajes vai mesmo avançar

MNE afirma que fará "análise" à decisão de retirada de cerca de 500 elementos. Militares americanos querem completar racionalização já durante este ano.

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O embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Robert Sherman, confirmou também esta quinta-feira a decisão, adiantando que relativamente ao pessoal norte-americano, militar e civil, o número será reduzido dos actuais 650 “para 165”. Sobre os trabalhadores locais, acrescentou que seriam reduzidos dos actuais 900 “para cerca de 400”.

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O embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Robert Sherman, confirmou também esta quinta-feira a decisão, adiantando que relativamente ao pessoal norte-americano, militar e civil, o número será reduzido dos actuais 650 “para 165”. Sobre os trabalhadores locais, acrescentou que seriam reduzidos dos actuais 900 “para cerca de 400”.

Há dois anos que a administração norte-americana anunciara uma nova análise sobre a racionalização do seu efectivo militar na Europa. A reavaliação acabou por não alterar o plano inicial. "O Departamento de Defesa concluiu que  o processo de racionalização das Lajes devia continuar", lê-se no comunicado, adiantando ainda que esse processo deverá ficar "completo até o Outono de 2015". A justificação é a mesma que foi apresentada em 2012: "O corrente nível de presença excede as exigências para a missão de suporte a aviões em trânsito."

As primeiras indicações surgiram na quarta-feira, dia em que a revista Stars & Stripes, do Departamento de Defesa, publicou um artigo que anunciava o encerramento de 15 bases na Europa. Sobre a Base das Lajes, nos Açores, era adiantado que os "esforços para a redução da missão vão continuar com a retirada de 500 militares e civis ali destacados e a devolução de algumas infra-estruturas às autoridades portuguesas". Um corte que a revista estimava em "dois terços" do pessoal da base da Força Aérea norte-americana, que partilha as instalações das Lajes com a Força Aérea Portuguesa.

Depois do anúncio da decisão em 2012, o Governo português e o executivo regional dos Açores avançaram com contactos e negociações com a administração norte-americana, por forma a "mitigar" a redução e os seus impactos.

O ministério dos Negócios Estrangeiros exprimiu, em comunicado, o seu “forte desagrado” com a decisão por não ter tido “em conta as preocupações que transmitiu aos Estados Unidos da América”. O ministério tutelado por Rui Machete frisou que “por enquanto, nenhuma das soluções apresentadas constitui verdadeira alternativa que, de facto, mitigue o impacto da redução” e anuncia que vai “proceder a uma análise detalhada desta decisão e de todas as suas possíveis implicações”.

Foi em Novembro de 2012 que se tornou pública a decisão da redução. Dos cerca de 800 efectivos e quase 600 familiares, o Pentágono pretendia uma redução que limitasse o pessoal americano a 160 elementos, com períodos de missão mais reduzidos e de preferência solteiros para evitar os gastos com a manutenção de famílias na ilha Terceira.

Desde o início que o departamento de Defesa norte-americano justificou a decisão com a necessidade de cortar na despesa com a sua estrutura militar na Europa. O objectivo era poupar cerca de 500 milhões de dólares por ano. A poupança prevista pela redução nas Lajes é de 35 milhões de dólares (29,6 milhões de euros).

A racionalização terá um maior alcance em Inglaterra, com o encerramento e devolução de três bases aéreas. Tanto a Holanda como a Bélgica assistirão ao encerramento de uma base do Exército dos EUA. Na Alemanha, seis instalações americanas serão encerradas e outras reestruturadas. A reorganização afectará também instalações localizadas em Itália.