Portugueses estão a gastar mais dinheiro com medicamentos

Em Setembro passado, genéricos já representavam quase metade do total dos medicamentos vendidos nas farmácias.

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Fabricar medicamentos falsos é um delito que, em Portugal, dificilmente levará o infractor à prisão David Cliford/Arquivo

Mesmo assim, apesar da opção crescente por fármacos mais baratos, os gastos dos cidadãos nas farmácias acabaram por crescer entre Janeiro e Setembro de 2014. A explicação é simples. Nos primeiros nove meses de 2014, foram comercializadas mais 4,6% de unidades de medicamentos nas farmácias, o que implicou um acréscimo, ainda que menor, dos encargos para os utentes (mais 1,1%) e também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos, 511 milhões de euros, indica o último balanço sobre consumo de medicamentos nas farmácias divulgado pelo Infarmed.

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Mesmo assim, apesar da opção crescente por fármacos mais baratos, os gastos dos cidadãos nas farmácias acabaram por crescer entre Janeiro e Setembro de 2014. A explicação é simples. Nos primeiros nove meses de 2014, foram comercializadas mais 4,6% de unidades de medicamentos nas farmácias, o que implicou um acréscimo, ainda que menor, dos encargos para os utentes (mais 1,1%) e também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos, 511 milhões de euros, indica o último balanço sobre consumo de medicamentos nas farmácias divulgado pelo Infarmed.

Quanto à quota de genéricos, apesar de esta não parar de crescer nos últimos anos, o Infarmed faz questão de notar que, no conjunto de medicamentos em que há substâncias activas com genéricos comercializados nas farmácias, a quota era em Setembro de 63,6%, o que significa que ainda é substancial o potencial de crescimento do consumo deste tipo de fármacos. O organismo volta a recordar, a propósito, que o preço médio dos genéricos desceu muito desde 2009: se nesse ano rondava os 16 euros, em Setembro passado custava 7,26 euros, em média.

Em unidades, entre Janeiro e Setembro, nas farmácias venderam-se mais antidepressivos (acréscimo de 8%), antiepilépticos e anticonvulsionantes (mais 7%) e antidislipidémicos (fármacos para o colesterol, um aumento de 5,3%), entre outros tipos de medicamentos, de acordo com a última monitorização do Infarmed.

Já nos hospitais públicos os gastos com medicamentos continuaram a diminuir ligeiramente até Outubro passado, para um total de 818,5 milhões de euros, um ligeiro decréscimo (menos 0,6%) face ao mesmo período de 2013. Na prática, gastaram-se menos 4,7 milhões de euros nos 46  hospitais do SNS com gestão pública considerados noutro relatório também divulgado pelo Infarmed, este relativo ao consumo em meio hospitalar.

Um decréscimo que “decorre, provavelmente, das medidas implementadas relativas à definição e revisão dos preços dos medicamentos hospitalares assim como do acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica”, justifica.

A maior parte da despesa com medicamentos nos hospitais é feita no ambulatório (consulta externa, hospital de dia e cirurgias que não implicam internamento), 631 milhões de euros, que correspondem a mais de três quartos dos gastos totais. “O elevado peso do ambulatório hospitalar deve-se, essencialmente, à despesa com medicamentos para a infecção com VIH, oncologia, artrite reumatóide” e outras patologias, refere.

Por grupos terapêuticos, os medicamentos usados sobretudo em oncologia (imunomoduladores) são os que implicam mais gastos nos hospitais públicos, seguidos pelos antivíricos. Enquanto no primeiro grupo terapêutico se observou um acréscimo dos encargos (mais 6,3%), sobretudo devido ao preço de alguns fármacos inovadores, no segundo grupo, que inclui os medicamentos para o VIH/sida, a despesa diminuiu, graças à redução do custo médio dos medicamentos desta área.  Os medicamentos órfãos (para doenças raras) representaram de Janeiro a Outubro de 2014 um encargo de 67,3 milhões de euros,  uma variação homóloga de mais 6,9%.

O Infarmed nota ainda que, neste período, os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo na depesa foram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa.