Esta caixa mantém os alimentos frescos só com a energia solar
Não é um frigorífico mas evita que frutas e vegetais se estraguem, sem recurso a electricidade. Ideia de um designer belga já chegou ao Haiti, Uganda e Afeganistão
Em zonas do mundo com climas muito secos e onde a electricidade é um bem escasso, o Wakati preserva frutas e vegetais até dez vezes mais tempo. Utiliza energia solar e funciona como um frigorífico: o objectivo é preservar alimentos em países em desenvolvimento e a ideia é de um designer belga.
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Em zonas do mundo com climas muito secos e onde a electricidade é um bem escasso, o Wakati preserva frutas e vegetais até dez vezes mais tempo. Utiliza energia solar e funciona como um frigorífico: o objectivo é preservar alimentos em países em desenvolvimento e a ideia é de um designer belga.
Em suaíli, um idioma do sudeste africano, “wakati” significa “tempo”, aquilo que Arne Pauwels quer proporcionar às colheitas daqueles países. De acordo com as Nações Unidas, 45% de todas as culturas dos países em desenvolvimento nunca chegam ao consumidor, acabando no lixo. Isto porque, acredita Arne, “não existe uma solução ao alcance para armazenar as colheitas durante tempo suficiente para as fazer chegar às pessoas”.
A tecnologia mais tradicional exige energia eléctrica ou uma grande quantidade de água, dois bens escassos na maioria dos países com dificuldades. O que o Wakati, pensado durante o mestrado em desenvolvimento de produto que Arne frequentou na Universidade de Antuérpia, é criar um microclima esterilizado que responda às suas necessidades, preservando as frutas e vegetais e impedindo o crescimento de fungos.
Algures entre uma pequena tenda e uma caixa, o Wakati incorpora um painel solar de 3W, responsável pelo funcionamento de um ventilador. É assim criado um ambiente húmido, sendo apenas necessária uma pequena quantidade de água (cerca de 200 mililitros por semana) para conservar até 150 quilogramas de produtos. Apesar de poder ser uma ferramenta importante, esta caixa não é uma solução de armazenamento de alimentos a longo prazo.
Com um custo inicial de 100 dólares (cerca de 84 euros) por unidade — valor que se espera ver baixar conforme o aumento da produção —, o Wakati já está presente no Haiti, Uganda e Afeganistão.