Saldo positivo da balança comercial reduz-se em 45%

Com o apoio dos serviços, impulsionados pelo turismo, as exportações portuguesas mantêm a balança positiva. Mas nos primeiros dez meses de 2014 o valor passou de 1260 para 694 milhões por causa da subida das importações.

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De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, entre Janeiro e Outubro de 2014 Portugal exportou 59.795 milhões de euros, mais 3,3% do que em idêntico período de 2013 (ou 1883 milhões). No entanto, as importações subiram a um ritmo superior, e cresceram 4,3% (ou 2449 milhões de euros). Assim, se nos dez primeiros meses do ano passado o saldo era positivo para Portugal em 1260 milhões de euros, agora esse valor caiu 45% para 694 milhões.

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De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, entre Janeiro e Outubro de 2014 Portugal exportou 59.795 milhões de euros, mais 3,3% do que em idêntico período de 2013 (ou 1883 milhões). No entanto, as importações subiram a um ritmo superior, e cresceram 4,3% (ou 2449 milhões de euros). Assim, se nos dez primeiros meses do ano passado o saldo era positivo para Portugal em 1260 milhões de euros, agora esse valor caiu 45% para 694 milhões.

O grande impulso nas vendas ao estrangeiro, e suporte da balança comercial, foi dado pelos serviços que, impulsionados pelo turismo, cresceram 6,1% para 19.745 milhões, ao passo que os bens subiram 1,9% para 40.320 milhões. Neste momento, o peso dos serviços no total das exportações é de 32,6%, quase mais um ponto percentual do que em 2013.

O turismo teve um comportamento positivo, com mais turistas, mas a venda de bens foi afectada pela paragem momentânea da refinaria da Galp em Sines, no início deste ano. A paragem da refinaria provocou também uma descida das importações de petróleo, mas isso não compensa as vendas ao exterior que se perderam, já que os produtos refinados são mais valiosos.

No período em análise, as exportações da rubrica combustíveis e lubrificantes desceram 22%, passando de 4015 para 3142 milhões. E, se em 2013 défice da balança comercial de bens atingiu o nível mais baixo desde 1996,ficando-se pelos 9640 milhões, em 2014 o intervalo voltou a aumentar: nos dez primeiros meses o valor foi já de 8795 milhões, e vai ultrapassar os dez mil milhões em termos anuais. 

No extremo oposto estiveram as viagens e turismo, que deverão ultrapassar a fasquia dos 10.000 milhões de euros em 2014. Entre Janeiro e Outubro, tinham subido 12,3% face a 2013, passando de 8005 para 8994 milhões de euros. Por norma, a balança dos serviços é positiva para Portugal, com os dez primeiros meses a representar um ganho de 9488 milhões.

Ao nível dos mercados de bens produzidos, houve comportamentos distintos. Se face à União Europeia, o maior mercado de Portugal, houve uma subida de 2,8%, no relacionamento comercial com o resto do mundo assistiu-se a uma quebra de 0,2%, com a China e Angola a subir 27,9% e 2,4%, respectivamente, e o Brasil a cair 15,5%.

Os sinais de abrandamento da zona euro para 2015 são um alerta para a economia portuguesa, que aposta nas vendas ao exterior para sustentar a recuperação económica. Para já, o Governo desenhou o Orçamento do Estado para o ano que vem a pensar num maior crescimento das exportações face às importações.

Assim, espera o executivo, as exportações líquidas terão um contributo positivo para a economia (ao contrário do que sucedeu este ano) de 0,2 pontos percentuais do PIB. Juntando isto aos 1,3 p.p. da procura interna, espera o Governo atingir um crescimento 1,5% em 2015. Já a Comissão Europeia é mais pessimista e aponta um contributo nulo das exportações, apostando antes num crescimento do PIB de 1,3%.