Banco de Portugal recebeu manifestações de interesse de 17 entidades para Novo Banco

Prazo terminou às 17h desta quarta-feira.

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Fitch acredita que testes de stress devem “esclarecer algumas questões sobre a posição de solvência do Novo Banco” Enric Vives Rubio

"17 entidades manifestaram interesse no procedimento de alienação do Novo Banco S.A. dentro do prazo fixado", diz o BdP num comunicado publicado no seu site da Internet.

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"17 entidades manifestaram interesse no procedimento de alienação do Novo Banco S.A. dentro do prazo fixado", diz o BdP num comunicado publicado no seu site da Internet.

O BdP acrescenta que, "por motivos de confidencialidade", enquanto promotor da transacção não vai tornar pública a lista daquelas entidades a demonstrar interesse na alienação do Novo Banco.

O BPI, o Santander, o Banco Popular e os fundos de private equity chinês Fosun (que adquiriu a Fidelidade e a ES Saúde) e o norte-americano Apollo Global (que viu recentemente suspensa a compra da Tranquilidade), já apareceram publicamente a revelar disponibilidade para estudar uma proposta de aquisição do Novo Banco.

Não é provável que o BPI, o Santander, o Banco Popular, a Fosun ou a Apollo, ou outros, mostrem uma vontade séria de olhar para o dossier antes de as contas do Novo Banco serem conhecidas. Depois do BdP ter anunciado que seriam divulgadas em Setembro, as contas da actividade continuam por fechar, o que deverá acontecer até ao final do primeiro trimestre do próximo ano. Esse será um momento chave da operação. Só então se saberá o que é o Novo Banco (qual o seu perímetro de acção) e quanto vale realmente. No início de Dezembro, Stock da Cunha assegurou que recuperou, em dois meses, 2000 milhões de euros de depósitos, quando entre Junho e Agosto foram levantados cerca de 10.000 milhões de euros.

Ofertas definitivas só na terceira fase
Após o fecho de contas arrancará a etapa seguinte do processo de venda, com o anúncio das linhas gerais do negócio e possibilitar aos potenciais investidores confirmar os números, entretanto, disponibilizados. A análise poderá traduzir-se na chegada ao BNP Paribas de propostas de compra, mas que não comprometem os seus autores.

De acordo com o calendário, só na terceira fase é que haverá lugar a ofertas definitivas e vinculativas que terão de respeitar os trâmites europeus. Caberá ao Fundo de Resolução a decisão final, mas o BCE e Bruxelas terão sempre uma palavra forte sobre a entidade que ganhar uma fatia substancial do mercado bancário português (o BES tinha em 2013 uma quota de 18%). 

A comunicação social madrilena tem dado, nos últimos dias, sinais redobrados de atenção ao negócio com declarações de que as autoridades portuguesas têm preferência por um investidor espanhol. O jornal Cinco Días noticiou que o Santander (ao qual Stock da Cunha esteve ligado até 2013) é o favorito para assumir o Novo Banco. Por seu turno, o El Confidencial mencionou o papel do La Caixa, com 44% do BPI, e lançou na corrida mais dois bancos espanhóis: o BBVA (que tem estado a fechar balcões e a despedir trabalhadores em Portugal) e o Sabadel (este accionista com 5% do BCP). Até esta terça-feira nenhum destes dois concretizou publicamente o seu interesse.

Tanto o Governo como o Banco de Portugal já defenderam uma venda por leilão competitivo onde tenderá a prevalecer o encaixe financeiro. O objectivo é recuperar os 4900 milhões de euros aplicados no Novo Banco pelo Estado e pelo sistema financeiro através do Fundo de Resolução (dos quais 3900 milhões são um empréstimo do Estado).

O resultado do concurso acabará por influenciar a avaliação final que vier a ser feita da acção do BdP e do Governo no caso BES que a 3 de Agosto colapsou com prejuízos semestrais de 3600 milhões de euros. Se o valor da alienação coincidir com o que foi injectado, as autoridades podem falar em sucesso. Caso seja apurada uma pequena perda esta será acomodável pelos bancos participantes do Fundo. Mas se o encaixe ficar muito abaixo dos 4900 milhões, então, as autoridades terão de assumir a derrota em toda a linha: não evitaram a falência do BES e o modelo de resolução gerou prejuízos.

 

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