AirAsia, de empresa moribunda a gigante low cost

Foto
Tony Fernandes, o homem que salvou a AirAsia DR

O desaparecimento ainda por explicar do A320-200 é o primeiro incidente grave registado pela AirAsia em 13 anos de actividade. O avião é operado pela AirAsia Indonesia, uma filial detida em 49% pela empresa mãe.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O desaparecimento ainda por explicar do A320-200 é o primeiro incidente grave registado pela AirAsia em 13 anos de actividade. O avião é operado pela AirAsia Indonesia, uma filial detida em 49% pela empresa mãe.

No seu site da Internet, a AirAsia professa uma “tolerância zero” em matéria de segurança e assume como objectivo “zero acidentes” graças a uma “boa formação, boas práticas de trabalho e uma gestão de risco apropriada, bem como uma adesão total às regras de segurança”.

Criada em 1994 em Kuala Lumpur, a companhia estava moribunda quando foi adquirida a um conglomerado estatal em 2001 por Tony Fernandes, antigo quadro dirigente da Time Warner. O empresário malaio, filho de pai de Goa e mãe de Malaca, assume a dívida da empresa (11 milhões de dólares) e paga um quarto de dólar pelos seus dois aviões envelhecidos.

Apesar do marasmo que a indústria aeronáutica vivia naqueles tempos, após os atentados do 11 de Setembro, Fernandes aposta na explosão do transporte aéreo na Ásia, provocada pela emergência de classes médias ávidas de viajar. O seu lema é: “Agora qualquer um pode voar”.

A partir de 2002, a AirAsia torna-se uma empresa rentável e em 2003 já não tem dívidas por pagar. Rapidamente nascem filiais em todo o Sudeste asiático, sendo actualmente oito, na Tailândia, Indonésia, Índia e Filipinas, que voam para cerca de 120 destinos, da China à Austrália, de Hong Kong à Índia.

Três vezes mais rentável que a companhia nacional Malaysia Airlines – atingida este ano por duas catástrofes, uma na Ucrânia outra nos mares do oceano Índico – a AirAsia ostenta desde 2009 o título de melhor companhia low cost atribuído pela empresa especializada londrina Skytrax, deixando para segundo lugar a Virgin de Richard Branson.

A empresa só opera aviões da Airbus e é um dos maiores clientes da construtora aeronáutica europeia. Segundo números da Airbus de 30 de Novembro de 2014, a AirAsia fez encomendas para 475 aparelhos e já recebeu 157. A AirAsia X, a sua filial de longo curso, confirmou em meados de Dezembro uma encomenda de 55 modelos A330Neo, por um valor estimado de 15 mil milhões de dólares.

O tráfego aéreo low cost na Ásia triplicou em dez anos (20% do tráfego regional) e serve entre 50 a 70 milhões de passageiros, segundo números de 2013.