The Leeway: uma banda para ouvir este Natal
Pedro Barquinha, um português de 22 anos a viver em Nova Iorque, dá voz aos The Leeway, colectivo que nos traz um folk harmonioso e intenso
Conheceram-se em 2010 na New School for Jazz and Contemporary Music em Nova Iorque e este ano iniciaram uma aventura em estúdio que resultou no lançamento do seu primeiro EP homónimo. Os The Leeway são um grupo jovem — o mais velho membro da banda tem 27 — mas mostram, no seu primeiro trabalho, uma música madura cheia de tonalidades de gerações passadas com que facilmente nos identificamos e de que inevitavelmente gostamos.
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Conheceram-se em 2010 na New School for Jazz and Contemporary Music em Nova Iorque e este ano iniciaram uma aventura em estúdio que resultou no lançamento do seu primeiro EP homónimo. Os The Leeway são um grupo jovem — o mais velho membro da banda tem 27 — mas mostram, no seu primeiro trabalho, uma música madura cheia de tonalidades de gerações passadas com que facilmente nos identificamos e de que inevitavelmente gostamos.
O colectivo traz-nos de Nova Iorque um folk harmonioso, intenso, com rasgos de country (oiçam a primeira música do álbum, "Come Back") numa conjugação de cordas — as da guitarra, do banjo, do baixo e do bandolim — com voz que torna o trabalho da banda numa experiência musical que apresenta já contornos de vitalidade e solidez.
Pedro Barquinha, um português de 22 anos a viver em Nova Iorque, é um dos membros que dá voz ao grupo, ao lado de Bennett Sullivan (Banjo e Voz), Mike Robinson (Guitarra e Voz), Matt Rousseau (Baixo) e Dominic Mekky (Piano). Pedro terminou em 2009 o curso de produção musical na Escola de Tecnologias, Inovação e Criação (ETIC), em Lisboa, tendo decidido nessa altura que queria estudar música em Nova Iorque, um verdadeiro mundo de oportunidades, principalmente no que diz respeito ao ensino, aos professores e aos músicos, como confessou ao P3.
Quando a banda se juntou pela primeira vez, Pedro Barquinha estava a acabar o último ano do curso na New School for Jazz and Contemporary Music. Enquanto finalista tinha de apresentar à Escola um recital e foi sob esse pretexto que compôs uma música original para tocar com os actuais membros da banda, na altura seus colegas naquela escola, que se juntaram ao amigo finalista para fazer daquele recital um verdadeiro concerto. Assim começou a banda: a receptividade do recital e da música foi tal que o grupo decidiu formar-se oficialmente e para 2014 propôs-se gravar um álbum. Conseguiu e bem.
Multiplicidade de estilos
Pedro Barquinha contou ao P3 que o facto de a sua realidade e interesses musicais terem mudado tão radicalmente ao longo dos últimos cinco anos tornou-o num músico aberto, quer a nível de composição, quer a nível de estilo. Se em 2010, nos seus "headphones" se ouvia jazz, na New School Pedro começou a tocar bateria e, em meados de 2011, o fascínio pela música clássica levou-o a estudar composição e condução de orquestra. Foi em 2012 que Pedro, actual vocalista da banda, começou a tocar bandolim e a cantar, influenciado pelo bluegrass e o folk tradicional, também conhecido por "old time music". Os The Leeway são, também, fruto das diferentes experiências musicais que cada um dos membros passou e transporta para o seu instrumento.
É esta multiplicidade de estilos e gostos que se sente nas músicas dos The Leeway, quase todas escritas pelo músico português. Se a já referida “Come Back” é marcada pelo som das cordas do bandolim num estilo country, “If Only”, num estilo mais melancólico e romântico sublinha as cordas do piano e, sempre, a voz de Pedro que nos embala ao longo do LP. “Mother” é quase um hino ao amor maternal — “Funny to think/ You gave birth to me / I owe you all I see” e “Returning Home” podia ser a banda-sonora de uma longa viagem de comboio. “Fairest Darling” e “Sun is Shining” encerram o disco composto por seis faixas que acabam cedo demais. A vontade é continuar a ouvir “The Leeway”. Uma sugestão de Natal.
O disco pode ser ouvido e comprado aqui.