Credit Suisse acusado de fraude nos Estados Unidos

Banco cometeu irregularidades na venda de produtos financeiros e arrisca penalizações de 10 mil milhões de dólares

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O Credit Suisse vai recorrer da decisão

Na quarta-feira passada, o Supremo Tribunal nova-iorquino rejeitou um recurso do Credit Suisse onde se reclamava que a acção fosse extinta porque quando a procuradoria avançou com o caso já tinham passado três anos sobre os actos em análise.

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Na quarta-feira passada, o Supremo Tribunal nova-iorquino rejeitou um recurso do Credit Suisse onde se reclamava que a acção fosse extinta porque quando a procuradoria avançou com o caso já tinham passado três anos sobre os actos em análise.

O colectivo de juízes considerou, no entanto, que o prazo de prescrição é de seis anos, pelo que o processo pode seguir em frente, e acrescentou que os argumentos apresentados pelo procurador Eric Schneiderman mostram que o banco terá cometido irregularidades.

“Vamos recorrer desta decisão específica e continuaremos a defendermo-nos neste processo”, afirmou Drew Benson, porta-voz do banco suíço, em declarações à agência Bloomberg.

Em causa estão produtos financeiros derivados de créditos imobiliários que o banco vendeu a investidores, sabendo que os activos que davam suporte a esses produtos eram problemáticos (considerados “lixo”, na gíria financeira). No processo, salienta-se que entre as hipotecas utilizadas nestes produtos estavam activos da New Century Financial Corporation, empresa que tinha entrado em bancarrota em 2007.

Esta decisão do Supremo Tribunal vem reforçar a posição do procurador Schneiderman, que nos últimos anos esteve na base de vários processos contra bancos que venderam produtos tóxicos a clientes. Fundado na Lei Martin, que reforçou as penalizações contra instituições que comercializaram produtos duvidosos, o magistrado tem conseguido importantes vitórias contra algumas das mais importantes marcas de Wall Street.

Citada pela Bloomberg, Elizabeth DeBold, porta-voz de Schneiderman, afirma que a procuradoria “vai continuar o caso contra o Credit Suisse” e a litigação “contra todos aqueles que contribuíram para que a economia norte-americana quase entrasse em colapso”.

Este ano, a procuradoria de Nova Iorque já concluiu vários outros processos abertos contra alguns dos maiores bancos de Wall Street, conseguindo acordos multimilionários em multas e indemnizações a clientes que perderam as suas poupanças em produtos tóxicos.

O JP Morgan, o maior banco do mundo em activos, processado por Schneiderman, acabou por aceitar um acordo em que se dispôs a pagar 13 mil milhões de dólares em penalizações e indemnizações a clientes. O Bank of America aceitou desembolsar 17 mil milhões de dólares para se livrar de uma série de processos. O Citigroup pagou 7000 milhões de dólares. No total, são 47 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 39 mil milhões).